Dados do Trabalho

TÍTULO

Aspectos gerais e epidemiológicos das coletas de citologia oncótica do colo do útero no Estado do Amazonas entre 2018 e 2023.

OBJETIVO

Este estudo busca relacionar aspectos gerais e epidemiológicos das coletas de colpocitologias registradas no SISCAN, no Estado do Amazonas, durante 2018 a 2023.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, observacional e quantitativo, utilizando dados do Sistema de Informação do Câncer (DATASUS). Incluiu mulheres de todas as idades submetidas à colpocitologia no Amazonas de 2018 a 2023. Dentre as variáveis analisadas estão: número de exames, faixa etária, adequabilidade das amostras, presença e tipo de alteração e intervalo entre os exames. Não houve submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa conforme Res. 510/2016 e Lei 12.527/2011.

RESULTADOS

Entre 2018 e 2023, foram realizadas 591.820 colpocitologias oncóticas, sendo 326.303 (55,13%) no interior do Amazonas, com destaque ao município de Itacoatiara com maior número (7,14%); e 265.517 (44,87%) na capital. A menor taxa ocorreu em 2020, com 44.640 exames (7,54%), e a maior em 2022, com 206.317 (34,86%). A população com alterações correspondeu a 19.977 (3,37%) das coletas. Os exames entre menores de 24 anos corresponderam a 79.437 (13,42%); entre 25 e 64 anos foram 498.275 (84,19%) e em maiores de 65 anos cerca de 14.108 (2,38%). Quanto à adequabilidade das amostras, no Amazonas foram observadas 580.517 (98,22%) amostras satisfatórias e 10.466 (1,785%) insatisfatórias. Em relação às alterações, foram observadas em Manaus 11.294 (56,53%) e no interior, 8.683 (43,46%). Quanto ao tipo de alterações, observaram-se 6.701 (60,24%) ASC-US e 4.422 (39,76%) ASC-H. A respeito do intervalo de exames entre a citologia e a colposcopia, observou-se que em até 30 dias houve 76.246 casos em Manaus (82,8%), enquanto no interior houve 15.857 (17,2%); entre 31-60 dias, Manaus teve 144,527 (60,81%), e o interior, 92.912 (39,19%); com mais de 60 dias, em Manaus houve 59.170 (20,61%), e no interior, 227.874 (79,39%).

CONCLUSÃO

Observa-se que, mesmo com números elevados de exames realizados no interior do Amazonas, a maioria dos pacientes que necessitam de seguimento colposcópico, nessa região, possuem tempo de espera 04 vezes maior do que em Manaus. Isso corrobora a falta de acesso ao tempo de seguimento adequado para intervenções precoces. Diante disso, são necessárias mudanças nas políticas públicas para reorganizar o fluxo de acesso ao rastreamento e ao diagnóstico precoce, levando em consideração as características regionais dessa população-alvo.

PALAVRAS-CHAVE

Câncer de Colo do Útero; Exame Colpocitológico; Exame Papanicolau