61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPORTÂNCIA DA SUSPEITA CLÍNICA E ECTOSCOPIA EM CASOS DE NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

CONTEXTO

CONTEXTO: A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) é um grupo de tumores resultantes da proliferação anormal do trofoblasto, produzindo Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) em excesso, hormônio essencial para o diagnóstico e seguimento. Cerca de 20% evoluem para a forma maligna, Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) que, embora possua taxas significativas de cura com a quimioterapia (QT), ainda é causa de morte em mulheres jovens. Há suspeita clínica na presença de sangramento vaginal anormal associado a altos níveis de Beta-HCG. Na NTG, o tratamento pode ser iniciado sem a necessidade de histopatológico comprovando malignidade. Pelo contrário, a biópsia é desaconselhada por risco de hemorragia. O aumento do BHCG durante o seguimento é suficiente para indicar QT, otimizando os resultados.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

DESCRIÇÃO DO CASO: T.M.A.D. 28 anos, G3PN2A1, comparece à emergência em Novembro de 2021 com sangramento vaginal intenso associado a vômitos persistentes. Ao exame físico: colo uterino pérvio. BHCG quantitativo de 200.000 e ultrassonografia evidenciou espessamento endometrial e área de descolamento. A paciente foi internada para esvaziamento uterino por curetagem. Durante o procedimento notou-se presença de material com inúmeras vesículas, encaminhado ao anatomopatológico. Iniciou-se o seguimento ambulatorial no serviço de MOLA. Após 30 dias, o resultado da análise concluiu somente “restos ovulares”, sem indícios de DTG. Mesmo assim, diante da forte suspeita clínica à ectoscopia (curetagem), decidiu-se manter o acompanhamento mensal com BHCG quantitativo e uso de anticoncepção oral combinada. Em quatro meses houve elevação da gonadotrofina duas vezes consecutivas, sugerindo malignização. De imediato foi descartada nova gestação e referenciada à oncologia para QT. Realizou cinco sessões, acompanhando a regressão do BHCG até um ano negativo. A alta aconteceu dois anos após o início do quadro, assintomática.

COMENTÁRIOS

COMENTÁRIOS: A DTG e NTG são raras, e com altas chances de cura. O diagnóstico precoce, contracepção eficaz e seguimento rigoroso garantem, em sua maioria, bons desfechos. Este caso corrobora com a importância da visão ampla acerca do diagnóstico através do exame histopatológico, ultrassonográfico, e principalmente a valorização do quadro clínico e ectoscopia do material curetado pelo médico especialista.

PALAVRAS-CHAVE

PALAVRAS-CHAVE : neoplasia trofoblástica; quimioterapia; mola hidatiforme; malignização

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Lucas Ataídes Amorim França, Maria Thereza de Oliveira Barros, Taís Silva Janoca, Marlla Benvinda de Nazaré Guilherme Pereira Rodrigues, Daniel Saraiva Leal Guarino, Taynara Bahia Dias Souza, Lucas Rocha Bezerra, Dirce Naomi Okataani Tinen