Dados do Trabalho
TÍTULO
Perfil Epidemiológico da Sífilis Gestacional nas Cinco Regiões Federativas do Brasil de 2010 e 2020
OBJETIVO
Demonstrar o número de casos de sífilis gestacional notificados no Brasil nos anos de 2010 e 2020, avaliando as regiões de acordo com a prevalência de notificações e sua possível relação com faixa etária, nível educacional e raça.
MÉTODOS
O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) foi utilizado na obtenção dos dados mais completos disponíveis para a construção deste estudo analítico. Foram incluídos dados sobre gestantes com sífilis dos anos de 2010 e 2020, das cinco regiões federativas, dos 10 aos 59 anos de idade, desde analfabetas àquelas com ensino superior completo e de todas as opções de raça disponíveis. Foram realizados o teste de Kolmogorov-Smirnov, o teste de hipótese T de Student não pareado (p < 0,05) e o teste de Pearson (r).
RESULTADOS
O número de casos notificados foi de 10.073 (2.015±1.346), em 2010, e de 61.402 (12.280±9.547), em 2020, com um aumento significativo entre os períodos analisados (p =0,03). Entre as regiões, as maiores taxas ocorreram no Sudeste (41,9%-46,5%) e no Nordeste (23,5%-20,5%), em 2010 e 2020, tendo o Sudeste e o Sul (10,03%-14,6%) apresentado os maiores aumentos percentuais entre os anos. Quanto à escolaridade, houve um aumento do número de casos entre gestantes com ensino fundamental completo a ensino superior completo (p = 0,001; r > 0,9), com destaque àquelas com ensino médio completo, que aumentou cerca de 12%. Ainda, houve uma queda entre as gestantes analfabetas àquelas com ensino fundamental incompleto (p = 0,02). Com relação à idade, a maior proporção de casos está entre os 20-39 anos em ambos os períodos, havendo uma redução entre eles (74,4%-72,84%; p = 0,03). No entanto, a faixa de 40-59 anos apresentou o maior aumento percentual (2,74%-19,16%; p = 0,03). Com exceção da indígena, todas as raças tiveram correlação forte (r > 0,7) em ambos os períodos, sendo a parda a mais atingida e com aumento significativo nesse período (46,8%-52,7%; p = 0,03).
CONCLUSÃO
É possível inferir que houve um aumento significativo, em 10 anos, de novas notificações de sífilis gestacional em todo o país, com destaque para as mulheres pardas, entre 20-59 anos, além daquelas em idade fértil, com moderado a alto grau de escolaridade, mas, também, maior acesso aos serviços de saúde. Portanto, torna-se necessária maior conscientização sobre a necessidade de métodos de barreira, mesmo durante a gravidez, e a testagem frequente de mulheres com comportamento de risco para ISTs.
PALAVRAS-CHAVE
epidemiologia; gravidez; sífilis.
Área
GINECOLOGIA - Doenças Sexualmente Transmissíveis
Autores
Josequeli Maria Goulart Oliveira , Brenda Pereira Costa Martiniano , Leonardo Pandolfi Caliman, Thamires Rodrigues Paiva, Maria Rita Vieira Valverde, Maria Eduarda Guida Queiroz Andrade