61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ABORDANDO A MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2010 A 2021: DESAFIOS PARA MELHORAR OS CUIDADOS DE SAÚDE

OBJETIVO

Traçar o perfil epidemiológico e sociodemográfico da mortalidade materna no estado do Pará.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo descritivo epidemiológico com base nos registros do Sistema Nacional de Agravos e Notificações (SINAN), abrangendo o período de maio a junho de 2023. A incidência de mortalidade materna foi calculada utilizando dados do SINAN e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluindo os anos de 2010 a 2021. O estudo dispensou aprovação do comitê de ética em pesquisa.

RESULTADOS

Foram identificados 1.348 óbitos maternos em todo o estado. Verificou-se que o ano de 2021 registrou o maior número de óbitos, totalizando 166 casos. Além disso, constatou-se que a maioria dos óbitos ocorreu em mulheres com escolaridade de 8 a 11 anos, totalizando 470 registros, seguidas por mulheres com 4 a 7 anos de escolaridade, com 398 óbitos. 1.028 mulheres eram pardas, representando 76% dos casos. Em relação aos municípios, observou-se que a cidade de Belém/PA teve o maior número de casos de morte materna, com 178 registros, seguida por Santarém/PA, com 80 registros. A morte materna obstétrica direta foi a que apresentou o maior número de registros, com 953 casos. Outro dado importante encontrado foi o maior número de óbitos ocorrendo durante o puerpério, representado por 749 registros. Por fim, com base no número de óbitos maternos (1.348) e no número de nascidos vivos (1.673.666) no estado do Pará, no período de 2010 a 2021 a taxa de mortalidade materna no estado do Pará é de 8,06 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos.

CONCLUSÃO

A alta taxa de mortalidade em regiões marginalizadas destaca a necessidade de cuidados de saúde e promoção a equidade no acesso aos serviços. A concentração de óbitos em mulheres com baixa escolaridade enfatiza a importância da educação na saúde materna. A predominância de mulheres pardas entre os casos ressalta a necessidade de abordar as desigualdades raciais. O município de Belém/PA exige intervenções específicas, como o fortalecimento dos serviços de saúde. A quantidade preocupante de mortalidade materna obstétrica indica a necessidade de melhorias na assistência obstétrica. A maioria dos óbitos ocorre no puerpério, ressaltando a importância do acompanhamento pós-parto. Esses dados destacam a necessidade de abordagens integradas para a promoção da saúde materna. Estratégias de prevenção, educação e acesso a serviços de saúde de qualidade são essenciais para melhorar os desfechos maternos na região.

PALAVRAS-CHAVE

mortalidade materna, óbitos, mulheres, saúde materna, estado do Pará.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

TARCIANA ALBUQUERQUE MARENGA TAPAJÓS, PAULA GABRIELLE GOMES CANDIDO, DANIELE VIEIRA FERREIRA, LIAMARA NEVES SILVA LISBÔA, LARA CRISTINA VIEIRA SOUZA, VICTÓRIA COSTA SOUZA, EDUARDA SANTIS NUNES, MARIANA MENEZES SOUZA