Dados do Trabalho

TÍTULO

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E SOCIODEMOGRÁFICAS DE MULHERES PÓS-MENOPAUSA COM DIAGNÓSTICO DE OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE: ESTUDO DE CORTE TRANSVERSAL

OBJETIVO

Identificar as características clínicas e sociodemográficas de mulheres pós-menopausa, com osteopenia ou osteoporose.

MÉTODOS

Estudo de corte transversal, realizado em ambulatório de Climatério, setor de Osteoporose, com dados coletados do arquivo médico de mulheres atendidas de 2007 a 2023. Além dos dados clínico-demográficos foram também obtidos os dados da densitometria óssea. Critérios de inclusão: idade de 40 a 80 anos na pós-menopausa, com diagnóstico de osteoporose ou osteopenia. Critérios de exclusão: idades abaixo de 40 anos e acima de 80 anos, transição menopausal, amenorreias primárias, DDSXY, doenças crônicas não compensadas e falta de dados para o cálculo do FRAX. Variáveis contínuas são descritas como média ± desvio-padrão; variáveis categóricas são apresentadas em frequência absoluta (n) e relativa (%).

RESULTADOS

Das 960 participantes, foram selecionadas 883: destas, 636 (72,0%) com osteoporose e 247 (28,0%), osteopenia. A idade da primeira densitometria óssea foi aos 58,0 ± 7,8 anos e o IMC foi 26,4 ± 4,6 kg/m². Conforme IMC, tinham peso baixo (2,4%), normal (38,6%), sobrepeso (39,6%) ou obesidade (19,4%). A idade média da menopausa foi aos 46,7 ± 6,5 anos, sendo insuficiência ovariana prematura (20,0%) e menopausa precoce (14,5%). História pessoal de fratura foi positiva para 238 (27,1%) e negativa para 641 (72,9%) casos. História familiar de osteoporose foi positiva para 304 (35,3%) participantes e negativa para 483 (56,1%); 74 (8,6%) desconheciam essa informação. Fizeram uso de terapia hormonal sistêmica 333 (37,9%) participantes, enquanto 545 (62,1%) não usaram. Tabagismo atual (13,5%) ou prévio (8,4%) foi infrequente, a maioria (78,0%) nunca fumou. Similarmente, 47 (5,3%) ingeriam bebidas alcóolicas. Exposição solar foi relatada por 411 (46,9%) participantes. A maioria não fazia exercícios físicos. Na coluna lombar, o T-escore era de -2,59 ± 0,80, distribuindo-se em valores abaixo de -2,5 (63,0%), de -1,0 a -2,49 (34,7%) ou acima de -1,0 (2,4%). No colo do fêmur, o T-escore era de -1,70 ± 1,07, distribuindo-se em valores abaixo de -2,5 (23,4%), de -1,0 a -2,49 (54,9%) ou acima de -1,0 (21,6%).

CONCLUSÃO

A maioria das participantes tinha IMC normal ou sobrepeso, sem história familiar de osteoporose ou história pessoal de fratura, sem uso de terapia hormonal, tabaco ou álcool e era sedentária. Nossos dados sugerem que a osteoporose da pós-menopausa pode ser caracterizada pelo acometimento em coluna lombar.

PALAVRAS-CHAVE

osteoporose; osteopenia; densitometria óssea; fatores de risco