61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍNDROME DA INFECÇÃO CONGÊNITA POR ZIKA VÍRUS NO TOCANTINS: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ENTRE 2016 A 2022

OBJETIVO

Analisar o perfil epidemiológico da Síndrome da Infecção Congênita por Zika
Vírus (SCZ) no estado do Tocantins entre 2016 e 2022.

MÉTODOS

Trata-se de uma análise epidemiológica descritiva. Para isso, foram feitas pesquisas no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados encontrados são originados do Ministério da Saúde/SVS (RESP-Microcefalia), dos anos de 2016 a 2022. As informações incluem dados do estado do Tocantins, sendo: total de notificações, casos ocasionados pelo Zika, evolução, alterações congênitas detectadas, trimestre de detecção, idade de incidência e cor/etnia das mães.

RESULTADOS

Foram constatadas 614 notificações de casos suspeitos de SCZ no período supracitado, das quais 6,03% foram confirmadas, 73,45% continuam em investigação e os outros 20,52% foram descartados ou inconclusivos. Dentre os casos confirmados de infecção congênita, 37,84% foram causados pelo vírus Zika, enquanto os outros foram causados por outros patógenos. Ainda, 4,56% dos diagnósticos totais evoluíram para óbito. Das alterações congênitas detectadas, a microcefalia prevaleceu como a mais incidente com 82,74% dos casos, em relação à detecção de microcefalia com alteração do sistema nervoso central (3,09%), à microcefalia com outras infecções congênitas (5,21%), e às alterações congênitas sem microcefalia (1,30%). A SCZ foi detectada no terceiro trimestre da gestação em 88,11% dos casos, em 0,81% no segundo trimestre, e em 0,16% no primeiro trimestre. Tratando-se da faixa etária das mães, entre 20 a 29 anos teve a maior incidência (46,42%), enquanto menores de 15 anos foi de 2,12%, de 15 a 19 anos 26,06%, de 30 a 39 anos 21,66%, e de 40 a 49 anos 2,44%. Destaca-se que 89,25% das mães eram pardas, 4,74% eram brancas, 3,42% eram negras, 1,63% eram indígenas e 0,33% eram amarelas.

CONCLUSÃO

Prevalecem as notificações em mulheres entre 20 a 29 anos, da raça parda, em seu terceiro trimestre de gravidez e a principal consequência foi a microcefalia como alteração congênita. Além disso, depreende-se que ainda há um alto número de casos de SCZ desse período sobre os quais é desconhecida a causa da infecção. Dessa forma, é preciso que exista uma investigação mais eficiente das causas e um estudo do cenário em que essas infecções estão ocorrendo, para que seja feito um diagnóstico precoce a fim de evitar que essa doença evolua para desfechos negativos na gravidez e nos recém-nascidos.

PALAVRAS-CHAVE

Zika Vírus; Microcefalia; Infecção congênita por Zika.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Rayssa Nascimento Filgueira, Sophia Marques Gambardello de Amorim, Emanuelle Maria Dias Guimarães, Joana Victória Negreiros Silva, Jesana Costa Lopes, Antonione Glaydson Ferreira Resende