61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Gravidez Gemelar Monocoriônica com Síndrome de Transfusão Feto-Fetal: um Relato de Caso

CONTEXTO

Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de sucesso no diagnóstico e tratamento da Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF) em gravidez gemelar monocoriônica. A STFF é uma das complicações mais graves que podem ocorrer em gestação gemelar monocoriônica. A sua prevalência é de 1 a 3 casos a cada 10.000 nascimentos; com taxa de sobrevivência variando entre 15 e 70% (a depender de diagnóstico e manejo precoces). Espera-se que este relato possa contribuir com a comunidade científica auxiliando no diagnóstico e tratamento precoces de tal patologia.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Acompanhamos uma secundigesta hígida de 29 anos, no Pré-Natal de Alto Risco, por gestação gemelar monocoriônica diamniótica. Ao US Morfológico Obstétrico do 2º trimestre com Doppler às 23 semanas e 4 dias de gestação, inferiu-se critérios compatíveis com a Síndrome de Transfusão Feto-fetal Estágio III (segundo classificação de Quintero). Foi indicada intervenção cirúrgica, mediante a gravidade do quadro e iminência de óbito fetal. A paciente foi imediatamente encaminhada a um centro de Cirurgia Fetal de referência (filantropicamente) e submetida à laserterapia, com sucesso. Após a cirurgia: Fetoscopia com ablação de anastomose AV, a gestante manteve revisões ultrassonográficas com doppler semanalmente. Durante todo o processo a paciente não apresentou complicações, e os fetos apresentaram Doppler dentro do normal. O nascimento se deu às 37 semanas de gestação, via cesariana eletiva. Ambos os gêmeos do sexo masculino vivos, saudáveis. Dois dias após o parto, a paciente e os gêmeos receberam alta em boas condições.

COMENTÁRIOS

Sabe-se que as alterações no fluxo sanguíneo da placenta (anastomoses vasculares) na STFF, causam desequilíbrio entre o fluxo de sangue e área placentária.Quando isso acontece é possível verificar diferença significativa entre o feto doador e receptor, visto que o doador evolui com hipovolemia e oligúria, enquanto o receptor com hipervolemia e poliúria, o que pode ter consequências catastróficas aos fetos (inclusive de óbito).O diagnóstico preciso e a intervenção em tempo hábil possibilitaram reversão completa do quadro, com desfecho favorável: nascimento de gêmeos a termo, saudáveis. Conclui-se que unindo diagnóstico precoce aos avanços da Medicina Fetal, podemos salvar vidas ainda dentro do útero materno.

PALAVRAS-CHAVE

Palavras-chave: Gravidez Gemelar Monocoriônica; Síndrome de Transfusão Feto-Fetal; Anastomose Vascular.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Raquel Ronconi Tomaz, Juliana Amaral da Silva Zaro, Kauana Sabino, Lais Cristine Nienkotter