Dados do Trabalho

TÍTULO

Análise de adequação da assistência pré-natal entre puérperas que tiveram parto prematuro em Roraima

OBJETIVO

Analisar o perfil epidemiológico e a adequação da assistência pré-natal entre puérperas que
tiveram parto prematuro no estado de Roraima.

MÉTODOS

Refere-se a um estudo de natureza observacional, de caráter transversal e retrospectivo,
vinculado ao parecer de número 66050622.1.00000.5302 do CAAE. A coleta de dados
ocorreu no período de março a maio de 2023 no principal hospital materno-infantil do estado
de Roraima, tendo sido executada em 3 etapas: entrevista sociodemográfica, análise da
caderneta pré-natal e consulta do prontuário. Admitindo-se 10.000 partos ao ano na
instituição, com nível de confiabilidade de 99% e erro amostral de 5%, foram entrevistadas
632 puérperas, incluídas no estudo aquelas com o parto em idade gestacional inferior a 37
semanas, brasileiras, venezuelanas e guianenses, correspondendo a 79 amostras. Os
dados foram tabulados através de aplicativo da plataforma Google® e exportados ao
programa Excel® para análise com base no Índice de Kessner modificado.

RESULTADOS

Das 79 puérperas que tiveram parto prematuro, 2% (2) dos conceptos eram pré-termo
extremo, 7% (6) pré-termo grave, 11% (10) pré-termo moderado e 79% (69) pré-termo
tardio, tendo 49% (43) deles apresentado baixo peso ao nascer. Dentre a população
analisada, 95% (75) realizou o pré-natal, sendo apenas 36% (27) encaminhada ao pré-natal
de alto risco.
Das puérperas entrevistadas, 70% (55) eram brasileiras e 30% (24) eram venezuelanas;
com uma média de idade de 26,1 anos. Quatro quintos delas eram de cor preta ou parda;
mais da metade se encontrava fora do mercado de trabalho (67%), 13% (10) apresentavam
baixa escolaridade e 34% (27) possuíam renda familiar inferior a um salário mínimo mensal.
O Índice de Kessner modificado, evidenciou que 11% (8) das puérperas apresentaram
pré-natal inadequado; 31% (23) apresentaram adequação intermediária; e 59% (44)
apresentaram pré-natal adequado. A análise da via de parto, demonstrou que
aproximadamente 65% (51) das puérperas realizaram cesarianas, enquanto 35% (28) delas
tiveram parto vaginal.

CONCLUSÃO

Dentre as mulheres que tiveram filhos prematuros, cerca de 1 ⁄ 3 são venezuelanas,
proporção que não havia antes da migração do país vizinho. As mães de prematuros são
jovens, pardas ou pretas, sem renda própria, baixa escolaridade, com renda familiar menor
que 1 (um) salário mínimo, com 1 ⁄ 5 dos prematuros menores que 34 semanas, e alta taxa
de cesariana (35%). Quanto à qualidade do pré-natal, a limitação ainda é evidente.

PALAVRAS-CHAVE

Cuidado Pré-Natal; Gestação; Prematuridade.