Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise dos casos de gravidez na infância e adolescência no Amazonas entre os anos de 2011 e 2021
OBJETIVO
Analisar a evolução dos casos de gravidez na infância e adolescência entre os anos de 2011 e 2021 no estado do Amazonas em comparação com os números percebidos a nível Brasil.
MÉTODOS
O estudo desenvolvido tem caráter ecológico e descritivo. Os dados utilizados são de notificação compulsória e são fornecidos por instituições de assistência em saúde públicas e privadas do país, sendo de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS), e foram obtidos do Sistema de Informações de Saúde (TABNET). Para a análise, foram considerados os dados relativos ao estado do Amazonas e Brasil, no intervalo temporal entre janeiro de 2011 e dezembro de 2021. Os indicadores de interesse foram o número de nascidos vivos por ano e as internações por aborto espontâneo, aborto por razões médicas e outras gravidezes que terminaram em aborto no sistema de morbidade hospitalar, considerando as faixas etárias de 10 a 14 anos e de 15 a 19 anos.
RESULTADOS
Os dados analisados indicam que no Amazonas, entre 2011 e 2021, houve uma queda de 16,4% no número de nascidos vivos com mães entre 10 e 14 anos de idade e de 13% para a faixa etária entre 15 e 19 anos, enquanto no Brasil foi observada uma queda de 37,17% no número de nascidos vivos com mães entre 10 e 14 anos e de 35,85% para a faixa etária entre 15 e 19 anos. Quanto aos casos em que a gravidez evoluiu para aborto, o Amazonas apresentou uma redução de 24,75% dos casos na faixa etária de 10 a 14 anos, enquanto o Brasil apresentou redução de 48,12%. Para a faixa etária de 15 a 19 anos no Amazonas a redução foi de 23,74% e, no Brasil, foi de 45,32%.
CONCLUSÃO
Diante da análise, foi possível observar que, no estado do Amazonas, entre 2011 e 2021, ocorreram períodos de oscilação entre quedas ou leve aumento de casos de gravidez na infância e adolescência, com tendência final de queda. Ainda, entre 2020 e 2021, após 7 anos de quedas ou estabilidade no número de casos na faixa etária de 10 a 14 anos, houve um aumento de 106 casos, uma tendência que deve ser observada com atenção. Ademais, é importante questionar o porquê do Amazonas não apresentar a mesma tendência de queda franca de gravidez na infância e adolescência apresentada em geral pelo país. Fatores sociais, econômicos e culturais do estado devem ser considerados e investigados, a fim de que medidas em saúde pública possam ser ponderadas para que o estado consiga alcançar o mesmo patamar do restante do país.
PALAVRAS-CHAVE
Gravidez na adolescência; Brasil; Saúde Pública.
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Thaís Ferreira da Silva, Thiago Oliveira Santa Luzia, Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso