61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍFILIS GESTACIONAL NO RIO DE JANEIRO: UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES NA ÚLTIMA DÉCADA

OBJETIVO

Caracterizar o perfil epidemiológico das notificações de sífilis gestacional (SG) no Rio de Janeiro (RJ) entre 2010-2020.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo transversal de abordagem quantitativa utilizando como base de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-DATASUS). As variáveis selecionadas foram: ano de diagnóstico, divisão de administração estadual, faixa etária, raça, escolaridade e realização de teste treponêmico ou não treponêmico (VDRL) para diagnóstico nas gestantes no período de 2010 a 2020, no estado do RJ. Excluiu-se dos dados coletados o parâmetro IGN do SINAN. A análise e interpretação dos dados foram conduzidas por meio da utilização do software Excel associado à comparação dos achados com a literatura vigente, permitindo adequada fundamentação embasada na ciência.

RESULTADOS

Obteve-se o registro de 62.048 casos no RJ na década estudada, com crescente anual de casos e pico no ano de 2020, que abarcou (17,87%;11.088) dos casos totais. A região metropolitana concentrou maior acometimento (91,81%; 53.952), justificado pela maior concentração populacional. Com relação a sociodemografia, predominam gestantes pardas (44,62%;27.687), entre 20-39 anos (69,47%;43.109) que completaram até o ensino médio (58,20%;39.607). Referente a reatividade dos testes, observou-se que similaridade na prevalência dos resultados positivos entre o teste treponêmico (67,41%;41.831) e o VDRL (64,96%;41.307). A principal classificação clínica detectada foi sífilis latente (18.702).

CONCLUSÃO

A maioria das gestantes acometidas por sífilis no Brasil são pardas, entre 20-39 anos e com escolaridade até o ensino médio. A instituição do rastreio de SG na assistência pré-natal é crucial para o diagnóstico e tratamento precoce na doença, afinal, o quadro mais comum (sífilis latente) é assintomático e cursa com um prognóstico sombrio ao feto se não tratado adequadamente. É possível que o crescente número de diagnósticos até 2020 esteja associado à amplificação da testagem e progressão da epidemia. Contudo, há possíveis brechas na assistência pública nas ações de educação em saúde e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, necessitando maiores esforços nesse aspecto. O engajamento contínuo de profissionais de saúde, as políticas públicas direcionadas e a educação em saúde poderão possibilitar uma efetiva prevenção da sífilis gestacional.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis, Gravidez, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Prevenção

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Anita dos Santos Cardoso, Isabella Morais Gripp, Pedro Henrique Nunes Barra, Isabella Pasqualotto, João Mateo Condack de Oliveira, Luisa Rodrigues Garcia, Vanessa Caldardo Lemes da Silva, Sarita Cardoso