Dados do Trabalho

TÍTULO

Gravidez Ectópica Abdominal e Intervenção Cirúrgica Laparoscópica: Relato de Caso

CONTEXTO

A Gravidez Ectópica é a implementação trofoblástica fora da cavidade abdominal e representa 2% de todas as gestações confirmadas, sendo influenciada por diversas etiologias (Mullany et al., 2023). Pode se localizar em diferentes regiões da pelve feminina, dentre elas a cavidade abdominal, cuja incidência é de 1% de todas as gestações ectópicas (Hendriks et al., 2020). A Gestação Ectópica Abdominal (GEA) é encontrada em 0,5% das gestações e está associada a dor abdominal, sangramento vaginal anormal, náuseas, vômitos, hemorragias para a cavidade peritoneal. Seu diagnóstico é feito por β-hCG positivo e Ultrassonografia Transvaginal (USTV) ou Ressonância Magnética (RM).

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

IS, feminino, 33 anos, com idade gestacional de 5 semanas e 6 dias, G2A1, com β-hCG de 2.437 mIU/ml, fez uma USTV de rotina em março/2023, que visualizou presença de lesão ecogênica em fundo de saco posterior adjacente à parede lateral direita do colo uterino, medindo 15 cm3 e sem evidências de sinais de gestação acima de 5 semanas na cavidade uterina. Ao exame físico, se apresentou corada e revelou pressão arterial de 130/84 mmHg, frequência cardíaca de 112 bpm, frequência respiratória de 12 ipm, temperatura de 36,5°C, saturação de oxigênio de 99%, com abdome flácido e sem dor à palpação. No exame especular não foi observado sangramento e ao toque vaginal não foi evidenciado dor. Submetida à cirurgia laparoscópica de urgência, onde foi retirada gravidez ectópica rota em septo retovaginal, com moderada quantidade de líquido livre na cavidade abdominal, sem alterações em trompa direita e ovários e efetuado salpingoplastia em trompa esquerda, devido a presença de um cisto simples. A paciente mostrou boa evolução nos pós-cirúrgico e recebeu alta em 01/04/2023.

COMENTÁRIOS

O relato abordado evidencia a importância de um diagnóstico precoce da gravidez ectópica abdominal, tendo em vista que, é responsável por 2,7% das mortes relacionadas à gestação (Hendriks et al., 2020), sendo a com maior morbidade e mortalidade. Pelo fato de que 88% de todas as gestações abdominais serem reconhecidas pela primeira vez por laparoscopia na suspeita de gravidez tubária, o diagnóstico é um desafio para os obstetras (Nielsen et al., 2020). A intervenção cirúrgica laparoscópica realizada é considerada padrão-ouro no tratamento, uma vez que possibilita um acesso rápido ao abdome, menor tempo cirúrgico, menor perda sanguínea, aderências menos extensas no pós-operatório e recuperação mais rápida (Taran et al., 2015).

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez Ectópica; Gravidez Ectópica Abdominal; Tratamento Cirúrgico; Laparoscopia