61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 259 CASOS DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO DIAGNOSTICADOS EM MULHERES DE SERVIÇO DE SAÚDE TERCIÁRIO NO ESTADO DE SÃO PAULO

OBJETIVO

O propósito deste estudo é demonstrar as estatísticas de câncer de colo de útero diagnosticados, tratados e em seguimento no setor de Ginecologia Oncológica em um hospital terciário de São Paulo, de 2016 até 2019, assim como analisar os aspectos epidemiológicos, estadiamento e status da doença.

MÉTODOS

É uma análise retrospectiva, observacional e descritiva dos casos de câncer de colo uterino no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2019. Durante o período estudado, o total de casos diagnosticados foi de 259. Foram avaliadas as seguintes variáveis: idade do diagnóstico, principal sintoma, comorbidades, tabagismo, estadiamento, tratamento, recidiva e tipo histológico. Pacientes que possuem seguimento em outras instituições, mas foram referenciados para o hospital estudado exclusivamente para a realização de radioterapia e/ou quimioterapia foram excluídos desta análise.

RESULTADOS

A média de idade ao diagnóstico foi de 50 anos (variou entre 19 – 91 anos). O principal sintoma foi sangramento vaginal, presente em 79,92% das pacientes. Outros sintomas encontrados isoladamente ou associados ao sangramento foram dor pélvica e leucorreia. Histórico de tabagismo ou tabagismo referido ao diagnóstico foi encontrado em 31,27% das pacientes. Com relação a presença de comorbidades, 48,64% das pacientes apresentavam alguma patologia de base, enquanto 51,36% eram hígidas. O tipo histológico predominante foi o carcinoma espinocelular ( 79,53%), seguido do adenocarcinoma (13,89%). Ao diagnóstico, 30,11% das pacientes encontravam-se no estadiamento IIIB (FIGO 2018). Os outros estadiamentos foram evidenciados, em ordem decrescente: IIIC 20,46%; IIB 14,67%; IVB 13,89%; IB3 4,63%; IVA 4,24%; IB2 e IIA2 3,47%; IB1 3,08%; IA1 0,77%; IA2 e IIA1 0,38%. Além disso, foi observada a realização de tratamento cirúrgico em apenas 11,58% das pacientes. A opção terapêutica mais utilizada foi não cirúrgica (radioterapia com quimioterapia concomitante associados a braquiterapia e suas variações). A taxa de recidiva pélvica e/ou metástase à distância foi de 25,60%.

CONCLUSÃO

A partir desse estudo, foi possível analisar que a maioria das pacientes possui estadiamento inicial avançado, o que se relaciona com o diagnóstico tardio. Dessa forma, os resultados desta análise demonstram a necessidade de investimento em iniciativas educacionais para difusão do conhecimento para a população sobre a importância sobre a vacinação contra o HPV como profilaxia e rastreamento contra o câncer de colo uterino para diagnóstico precoce.

PALAVRAS-CHAVE

Câncer de colo de útero; Neoplasia de colo uterino; Sangramento vaginal

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Júlia de Avila Rinaldi, Marina Gabriele Mendes Barbosa, Julia Ayres da Motta Teodoro, Mireille Darc Cavalcante Brandão de Araujo, Caroline da Silva Teixeira , Beatriz Laperuta Pauletti, Julia Comparini, Thais Gomes de Almeida