Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise sobre a rotina de médicos especialistas em histeroscopia
OBJETIVO
Analisar a rotina e a técnica cirúrgica de especialistas em histeroscopia em todo o mundo.
MÉTODOS
Estudo observacional transversal realizado por pesquisadores do serviço de Endoscopia Ginecológica do Centro Universitário da Faculdade de Medicina do ABC. Todos os dados foram coletados a partir de questionários virtuais on-line divulgados por especialistas da comunidade científica em histeroscopia. Foram feitas várias perguntas sobre a rotina dos profissionais, os materiais disponíveis em sua realidade, as patologias uterinas habitualmente realizadas e questões sobre complicações na histeroscopia, com análise sobre qual conduta foi adotada antes de cada caso.
RESULTADOS
Foram coletados 235 questionários de 16 países de médicos com idade média de 46,7 ± 11,5 anos. A maioria dos entrevistados (81,3%) era brasileira, enquanto o segundo e terceiro países mais presentes foram Argentina (3,4%) México (3%). A maioria dos médicos (45,1%) relatou ter mais de 15 anos de experiência com histeroscopias, 37,8% relataram ter seu próprio aparelho de vídeo e sistema Bettocchi. O número médio de dias por semana dedicados à histeroscopia cirúrgica (1,8) foi superior à média de dias dedicados à histeroscopia ambulatorial (1,3). A maioria dos médicos (86,8%) relatou fazer a técnica "ver e tratar". Apenas 34,4% relataram já ter realizado miomectomia ambulatorial com sistema de Bettocchi, mas em todos os casos, o médico informou que faria o procedimento novamente. Entre os entrevistados que nunca realizaram o procedimento ambulatorialmente, 23% relataram que não consideravam ter preparo técnico, 39,5% não possuíam equipamentos adequados e 36,4% não achavam que a miomectomia deveria ser realizada ambulatorialmente. Em 27,2%, o entrevistado relatou já ter observado perfuração uterina com energia elétrica, sendo que em 73,4% dos casos a perfuração ocorreu durante a retirada de mioma uterino e em 70,3% a perfuração ocorreu na parede uterina. Entre os médicos que relataram já ter tido uma perfuração com energia elétrica, 56,2% interromperam o procedimento e deixaram a paciente internada, em observação, enquanto 35,9% interromperam o procedimento e realizaram laparotomia ou laparoscopia. Identificou-se correlação estatística entre ter casos de perfuração uterina com energia elétrica e tempo de experiência com histeroscopia maior que 15 anos (p=0,0011).
CONCLUSÃO
O estudo evidencia a necessidade de conhecer mais sobre médicos que realizam histeroscopias, trocando experiências e promovendo melhorias em cada serviço.
PALAVRAS-CHAVE
Histeroscopia; Pólipos; Ginecologia
Área
GINECOLOGIA - Endoscopia Ginecológica
Autores
Marina Martinelli Sonnenfeld, Thomas Moscovitz, Marcos Tcherniakovsky, César Eduardo Fernandes