Dados do Trabalho
TÍTULO
Carcinossarcoma uterino diagnosticado em mulheres de serviço terciário no estado de São de Paulo
OBJETIVO
Análise clínica e patológica de pacientes diagnosticados com carcinossarcoma em serviço de saúde terciário no estado de São Paulo.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo retrospectivo a partir de análise de prontuário de 11 pacientes diagnosticadas com carcinossarcoma, atendidas em hospital terciário do estado de São Paulo, durante o período de 2017 a 2021. As variáveis analisadas foram: idade, raça, queixa principal, uso de terapia de reposição hormonal, estadiamento, recorrência e óbito.
RESULTADOS
As 11 pacientes apresentaram uma média de idade de 68 anos, sendo 6 (54%) pardas, 4 (36%) brancas e 1 (10%) negra. Sangramento uterino pós menopausa foi a principal queixa relatada, correspondendo a 90% dos casos. Todas as pacientes do referente estudo eram multíparas e nenhuma era tabagista. Dos estadiamentos descritos, 1 (9%) paciente foi classificada com IA; 3 (27%), com IB; 1 (9%), estadiamento II; 3 (27%), estadiamento IIIB; 1 (9%), estadiamento IIIC1; e 2 (18%), pacientes com estadiamento IVB. Nos tratamentos realizados, apenas 1 (9%) paciente, que era classificada como IVB, não foi submetida a procedimento cirúrgico, diante da evolução rápida da doença. Porém, 10 pacientes (90%) foram submetidas a histerectomia total e anexectomia bilateral; dessas, 3 (27%) realizaram linfadenectomia pélvica e paraórtica, correspondendo a estadiamentos IB e II; e apenas 1 (9%) realizou linfadenectomia pélvica; 4 (36%) pacientes foram submetidas a omentectomia. Os tratamentos adjuvantes corresponderam a 3 (18%) com braquiaterapia; 4 (36%) com radioterapia e 5 (45%) com quimioterapia. Das 11 pacientes que mantiveram seguimento, 8 (72%) evoluíram à óbito, em um período menor que 3 anos.
CONCLUSÃO
O carcinossarcoma uterino é uma patologia rara, agressiva e com prognóstico ruim. Acomete, geralmente, mulheres idosas entre a sexta e sétima década e, frequentemente, apresenta-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. Dentre as queixas clínicas, a mais comum é sangramento uterino pós menopausa. O tratamento incialmente é cirúrgico e o uso de terapias adjuvantes como radioterapia, quimioterapia e braquiterapia são variáveis, ressaltando que, em casos avançados, o uso de terapia adjuvante é mandatório. Mesmo assim, o prognóstico continua ruim, diante de uma sobrevida média de 5 anos.
PALAVRAS-CHAVE
Carcinossarcoma; Neoplasias Uterinas; Oncologia Cirúrgica
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
JULIA AYRES DA MOTTA TEODORO, MIREILLE DARC CAVALCANTE BRANDÃO DE ARAÚJO, THAISA MOREIRA CENÇÃO, MALIHA ALI PADRÃO SALMAN , ALINE IAMARINO DA SILVA, MARINA GABRIELE MENDES BARBOSA, JÚLIA DE AVILA RINALDI, THAIS GOMES DE ALMEIDA