61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE SOBRE A EDUCAÇÃO E COMPORTAMENTO SEXUAL DE UM GRUPO DE ESTUDANTES DE MEDICINA EM RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO

OBJETIVO

Avaliar o comportamento sexual em relação à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST), orientações recebidas e conhecimento adquirido por alunos do curso de medicina de uma universidade privada em Ribeirão Preto/SP.

MÉTODOS

Dados relativos a 199 estudantes de Medicina foram colhidos por meio de um questionário anônimo e auto preenchível, contendo 17 questões de múltipla escolha, pela plataforma Google Forms. Estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado em outubro de 2022.

RESULTADOS

Dos 199 alunos entrevistados, 59,7% não tiveram educação sexual em casa e 45,7% não tiveram educação sexual no ensino médio, fases fundamentais para as descobertas e surgimento de dúvidas. 92,9% referem já terem praticado masturbação alguma vez, prática que contribui para o autoconhecimento. 27,1% já se relacionaram sexualmente com uma pessoa que conheceu em algum aplicativo de relacionamento e 48% tiveram apenas uma parceria sexual no último ano, o que contrapõe o conceito generalizado de grande número de parcerias em meio universitário. Quando questionado sobre o uso de substâncias psicoativas, 81% fazem uso de álcool , 16,08% de maconha e 9,04% de anfetaminas/LSD/ecstasy, ao passo que destes, 33,8% não fazem uso de preservativos quando estão sob efeito das mesmas. Em relação à consentimento, 17% já tiveram pratica sexual não consentida e 9,54% tiveram o preservativo retirado sem sua autorização durante o ato sexual. Apenas 29,1% utilizam preservativos durante o contato sexual genital e apenas 3,1% utilizam durante a prática de sexo oral. 28,1% conhecem pessoalmente o preservativo feminino ou interno, 52% tem preservativo entre seus objetos pessoais neste momento e 55% utilizam lubrificantes durante as relações sexuais. Além disso, 54,2% testaram sorologias no último ano e 6,1% receberam diagnóstico de alguma IST. Sobre o ensino de sexualidade no curso de graduação, 39,2% sentiram necessidade/falta deste enfoque, já que 59,7% não receberam educação sexual em casa e 45,7% não foram orientados durante o ensino médio.

CONCLUSÃO

O ensino em sexualidade consiste em trabalhar conceitos como consentimento, segurança em relação às infecções sexualmente transmissíveis, contracepção e autoconhecimento. Devido às questões sociais, religiosas e culturais, este ensino é restrito mesmo em ambiente universitário. Tal conhecimento é inerente à vida adulta, especialmente quando trata-se de estudantes de medicina, para orientação qualificada aos pacientes e, também, para si próprio, como indivíduo.

PALAVRAS-CHAVE

sexualidade; universitários; educação sexual;

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade e População LGBTQIAP+

Autores

NARIMA CALDANA, LICERIO MIGUEL, RAFAELA LOPES, TALITA THEREZA FERRAZ, LIVIA CARVALHO GRISOLIA, ALICIA ARIOLI MAURO, ARTHUR AMADEU, JULIA MONTANHA LIRA