Dados do Trabalho
TÍTULO
Câncer de colo de útero: impacto da pandemia no rastreio de lesões precursoras no Brasil
OBJETIVO
Avaliar o impacto da pandemia de COVID no rastreamento com enfoque nas lesões intraepiteliais de baixo e de alto grau pela colpocitologia oncótica no Brasil.
MÉTODOS
Estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e comparativo. Utilizou-se o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram selecionados os dados do Sistema de Informação do Câncer - SISCAN (colo do útero e mama) em que a opção selecionada foi “citologia do colo - por pacientes”. A abrangência geográfica selecionada foi “Brasil por região, UF e município”. Foram coletados os dados dos laudos de citopatológico para analisar o impacto do período pandêmico no rastreamento das lesões precursoras do câncer de colo uterino. Sendo considerado os anos de 2018 a 2019 como pré-pandêmico, de 2020 e 2021 como intervalo pandêmico e 2022 como pós-pandêmico.
RESULTADOS
Foram realizados entre os anos de 2018 e 2022 um total de 19.216.923 exames citopatológicos, no qual se percebeu que entre os anos de 2020 e 2021, houve uma queda quando comparados aos anos pré e pós pandemia, sendo realizados em 2018 com 6.303.415, 2019 com 6.486.878, 2020 com 3.693.708, 2021 com 5.762.945 e 2022 com 7.126.311 exames realizados.
Foi observada uma queda no diagnóstico de carcinoma epidermóide invasor, quando comparado ao período pré-pandêmico com 894 casos diagnosticados em média, ocorrendo uma diminuição de 636 casos no primeiro ano de pandemia(queda de 32,56%), com relativo aumento no período pós-pandemia, com 866 casos diagnosticados. Em relação às lesões intra-epiteliais de alto grau, no ano de 2018 foram diagnosticados 22.004, e em 2020 houve apenas 15.027 diagnósticos (37% a menos que 2019), com aumento expressivo em 2022 de 28.593 casos diagnosticados. Às lesões intraepiteliais de baixo grau, no período pré-pandemia foram de 43.903 diagnósticos em média ao ano, em contrapartida em 2020 foram 27.106 (40% a menos que no ano anterior), e em 2022 houve um ligeiro aumento para 28.238 casos diagnosticados através da colpocitologia oncótica no Brasil.
CONCLUSÃO
Devido a mudança de prioridade nos serviços de saúde durante a pandemia de Covid-19 e instituição de medidas restritivas, ocorreu uma redução no número de exames de rastreamento, colaborando para diagnósticos morosos e aumento dos casos de lesões intraepiteliais de alto grau e carcinoma no pós-pandemia imediato. É sabido dos impactos negativos quando o rastreamento e diagnóstico de um câncer é retardado, principalmente no que diz respeito ao tratamento e prognóstico.
PALAVRAS-CHAVE
rastreamento; câncer; colpocitologia; HPV; COVID-19.
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
Letícia Antunes Spíndola, Grazielle Vasconcelos De Moura Silva, Ana Beatriz dos Santos Silva, Monique Veloso Lima, Andreisa Prieb, Fabiana Cândida De Queiroz Santos Anjos