Dados do Trabalho
TÍTULO
ROTURA UTERINA EM GESTANTE DE 15 SEMANAS: UM RELATO DE CASO
CONTEXTO
Definida como o rompimento completo ou parcial do miométrio, a rotura uterina (RU) é uma intercorrência obstétrica grave e incomum, a qual impacta diretamente nos índices de mortalidade materna, mortalidade perinatal e morbidade ao redor de todo o mundo. Dentre as principais causas para tal complicação: distensão uterina aumentada - decorrente de macrossomias, gemelaridade, anomalias, entre outros -, versão fetal interna ou externa, uso excessivo de uterotônicos, perfuração iatrogênica, entre outros. O maior fator de risco associado ao quadro é a cesariana anterior.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Gestante, 34, encaminhada pela rede básica do SUS ao pré-natal de alto risco de hospital terciário por iteratividade, pré eclampsia em gestação anterior e sangramento no primeiro trimestre da gestação atual. Em sua quinta gestação, com 3 cesáreas prévias e 1 aborto. Cesáreas em 2010, 2014 e 2018 sem complicações relatadas. 3 filhos vivos. Primeira consulta no pré-natal terciário com 10 semanas gestacionais já com história de sangramento de primeiro trimestre e ecografia de 8 semanas com evidência de pequeno hematoma inferior (5mm). Admitida no serviço de emergência da maternidade com 15 semanas e 4 dias queixando-se de sangramento vaginal há cerca de 3 horas e dor abdominal intensa. Ao exame, paciente hemodinamicamente estável, hipocorada, exame sugestivo de abdome agudo, sangramento vaginal em moderada quantidade e batimentos cardíacos fetais presentes. Encaminhada para ecografia abdominal de emergência, demonstrando grande quantidade de líquido livre abdominal e útero com imagem hipoecoica adjacente à margem lateral. Paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e foi levada para laparotomia exploradora. Ao acesso da cavidade abdominal identificada grande quantidade de coágulos e sangue livre. Útero gravídico de aproximadamente 20cm de comprimento com rotura uterina de aproximadamente 3 cm na face antero-lateral esquerda com insinuação de material placentário e bolsa amniótica (íntegra). Pela instabilidade da paciente e inviabilidade fetal, optado pela histerectomia subtotal com anexectomia bilateral. Paciente evoluiu de forma satisfatória em UTI e teve alta sob reposição hormonal após 7 dias de internamento.
COMENTÁRIOS
A raridade de ruptura uterina em idade gestacional tão precoce torna a descrição clínica e manejo relevantes de serem relatados, a fim de expor o caso– responsável por altas taxas de mortalidade uterina –, bem como seu manejo à comunidade científica.
PALAVRAS-CHAVE
Ruptura Uterina;Hemorragia Uterina;Complicações na Gravidez
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco
Autores
Raiane Alvarenga Ranieri, Danielle Evangelista Albino de Oliveira, Jean Alexandre Furtado Correa Francisco