61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Causas de óbitos fetais em mães adolescentes e adultas na Bahia no período de 2016 a 2020: um estudo comparativo

OBJETIVO

Comparar as causas de óbitos fetais de mães adolescentes (10-19 anos) e mulheres adultas (20-34 anos).

MÉTODOS

Estudo descritivo transversal e retrospectivo, feito com dados extraídos de Estatísticas Vitais, acessado através do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram coletados dados de óbito fetal por idade da mãe no estado da Bahia, em um período de 5 anos (2016 a 2020). As variáveis coletadas pelo estudo foram: faixa etária da mãe (utilizando um filtro de 10 a 35 anos), capítulo de CID-10, categoria do CID-10 e número de óbitos.

RESULTADOS

No período de 2016 a 2020 foram registrados 14.248 óbitos fetais na Bahia, sendo 15,5% decorrentes de mães adolescentes e 56,9% provenientes de mulheres adultas. Dentre os óbitos registrados, é possível observar que as afecções originadas no período perinatal são as causas mais frequentes​​ tanto em mães adolescentes quanto adultas, estando presente em 94,1% e 95,1% das vezes, respectivamente. Acerca dessas afecções, as categorias do CID-10 com maior prevalência foram: óbitos por hipóxia intrauterina, fetos afetados por afecções maternas não obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atual e afetados por doenças infecciosas e parasitárias da mãe. Em seguida, tem-se como a segunda principal causa de óbito fetal, em ambas faixas etárias, as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas. Nesse sentido, estas estão presentes em 4,2% das mulheres, independente da idade, de modo que as anomalias cardíacas e anencefalia são as categorias do CID-10 mais prevalentes. Por fim, algumas doenças infecciosas e parasitárias se mostraram como as causas menos recorrentes em ambos os grupos, ocorrendo nos fetos de 1,5% das gestantes entre 10 e 19 anos e em 0,6% no grupo de 20 a 35 anos, sendo sífilis congênita a causa mais frequente dentro desse capítulo.

CONCLUSÃO

Ao comparar as causas de óbitos fetais entre mulheres de 10 a 19 anos e 20 a 35 anos na Bahia foi possível concluir que não há diferenças estatísticas significativas entre os grupos. Entende-se, portanto, que há uma necessidade similar de intervenções e cuidados em gestações não tardias em geral (< 35 anos), a fim de prevenir a morte fetal.

PALAVRAS-CHAVE

Morte fetal; Idade materna; Perfil em saúde;

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Carolina Bruno Andrade, Lara Rocha Bulhões, Victória de Souza Guimararães Matos, Márcia Sacramento Cunha Machado