Dados do Trabalho
TÍTULO
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL, NO PERÍODO DE 2015 A 2020
OBJETIVO
Objetivo: O objetivo do presente estudo é identificar e analisar o perfil epidemiológico da Sífilis Congênita no território brasileiro, no período de 2015 a 2020.
MÉTODOS
O presente artigo se trata de um estudo epidemiológico, retrospectivo, de caráter descritivo, sobre casos de Sífilis Congênita no Brasil e regiões, com dados obtidos do SINAN, entre 2015 e 2020. As variáveis de interesse foram: faixa etária do recém-nascido, sexo, região, faixa etária materna, realização do pré-natal, sífilis materna, tratamento do parceiro, classificação final e evolução dos casos. A análise dos dados obtidos foi realizada com o auxílio do programa Microsoft Excel e tabulados em tabelas. Os dados estão apresentados em número absoluto e proporção das variáveis consideradas de interesse.
RESULTADOS
Verificou-se que no período de 2015 a 2020 foram registrados 139.015 casos de sífilis congênita. Durante o período de 2015 a 2018 houve um crescimento nos números de casos notificados, sendo prosseguido por uma queda até 2020. Além disso, observou-se que a maior taxa de prevalência foi na região sudeste (43,6%). Houve um ligeiro predomínio no sexo feminino ((F/M= 1,01) e para a variável faixa etária do bebê, a maioria foi representada pela população com idade de até 6 dias (95%). Em todos os anos, o maior percentual de diagnóstico de sífilis materna foi durante o período do pré-natal (81,2%). Verificou-se uma queda na realização do pré-natal do ano 2019 para 2020. Verificou-se também um aumento no número de casos relatados como ignorados ou branco. A maioria das genitoras acometidas se encontra dentro da faixa etária da segunda década de vida (33,67%). Durante os 5 anos avaliados, houve uma predominância no não tratamento do parceiro (56,8%). A maioria dos casos relatados foi de sífilis congênita recente (93%). O ano de 2018 representou o ano com maior número de casos confirmados de SC recente (19%). Para a variável evolução verificou-se que o ano de 2017 apresentou o maior número de óbitos em decorrência da doença (19,5%).
CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que a prevalência de sífilis congênita no país é alta, apesar dos dados apresentarem limitações, já que a subnotificação de casos de sífilis materna e sífilis congênita é elevada. Entretanto, com os demais achados é possível evidenciar que a doença ainda se encontra fora de controle. Dessa forma, é de extrema importância desenvolver e executar medidas que visem controlá-la, com foco na saúde das mulheres, de seus parceiros e dos bebês em gestação.
PALAVRAS-CHAVE
Sífilis Congênita; Saúde da mulher; Epidemiologia.
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Isabela Silva Slongo, Lilian Greice de Castro Tosto, Maria Passos Melo, Rafaela Varjão Dias, Thalia Castro Souza, Laíse Mota Torres, Gabriel Oliveira Schindler Coutinho, Enzo Prates Garavito Salini