61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

AVANÇOS NO TRATAMENTO DO VAGINISMO: O PAPEL DA TOXINA BOTULÍNICA

OBJETIVO

Avaliar o uso da toxina botulínica no tratamento do vaginismo.

FONTE DE DADOS

Estudo baseado em busca de bases de dados PubMed e Embase, durante junho de 2023, por artigos publicados, entre os anos de 2018 e 2023, sobre vaginismo e uso da toxina botulínica. Os descritores DeCS/MeSH utilizados, em inglês e português, foram “vaginismus”, “botulinum toxins”, “type A” e “dyspareunia” e foram combinados com os operadores booleanos AND e OR.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 16 artigos, dos quais cinco foram selecionados. Os critérios de exclusão dos artigos foram: artigos duplicados, não disponíveis, relatos de caso ou incompatíveis com o objetivo.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Os dados extraídos foram exportados para o Excel, seguindo os padrões da metodologia PRISMA. A triagem seguiu-se por exclusão dos artigos; leitura dos títulos; leitura dos resumos e leitura na íntegra dos artigos selecionados.

SÍNTESE DE DADOS

A injeção de toxina botulínica é um método de dessensibilização vaginal, sendo o tipo A (BoNT-A) aprovado para uso off-label pela Food and Drug Administration (FDA) para tratamento de vaginismo (nível de evidência C). A BoNt-A atua inibindo espasmos musculares e, consequentemente, dor. Estudo observacional prospectivo relatou que 74% (n=34) das mulheres referiram melhora dos seus sintomas após 10 sessões de injeções. Em relação à dose usada de toxina botulínica, um segundo estudo observacional prospectivo comparou injeção de doses de 150 UI e 200 UI BoNT-A, com melhora significativa em ambos os grupos quando avaliados escores de ansiedade de penetração digital (p=0,037 versus p =0,02), ansiedade com dilatador (p =0,000 versus p=0,000) e ansiedade ao longo da relação sexual (p=0,035 versus p=0,031). Os efeitos colaterais de doses acima de 100 UI observados foram incontinência urinária (17,2%) e incontinência anal (2%). Houve estudos que não demostraram superioridade ou inferioridade do uso do Botox no tratamento de vaginismo em comparação a outras modalidades de tratamento, como fisioterapia e psicoterapia.

CONCLUSÃO

O uso do Botox no tratamento de vaginismo surge como opção terapêutica adjuvante, não devendo substituir a psicoterapia e fisioterapia. Entre os trabalhos analisados, evidenciou-se que baixas doses de Botox são tão eficazes quanto altas doses em pacientes com vaginismo, porém, são necessários ensaios clínicos randomizados controlados para avaliar a real eficácia do Botox em baixa dose no tratamento do vaginismo. 

PALAVRAS-CHAVE

Vaginismus; Botulinum Toxins, Type A; Pelvic Pain; Dyspareunia.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade e População LGBTQIAP+

Autores

Ana Carolina Araújo Lage Santos , José Victor Mendes Milhomem, Thiago Araújo do Nascimento, Eduardo Siqueira Fernandes, Rogéria Andrade Werneck