61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Prevalência de alterações citológicas cérvico-vaginais em mulheres jovens com câncer de mama: estudo de corte transversal

OBJETIVO

Descrever a prevalência de alterações citológicas cérvico-vaginais em mulheres jovens com câncer de mama.

MÉTODOS

Este estudo de corte transversal é uma análise secundária de dados oriundos de ensaio clínico randomizado em andamento, em que 96 mulheres de 18 a 45 anos, com diagnóstico anatomopatológico de câncer de mama e demanda contraceptiva, foram submetidas à coleta de colpocitologia oncológica (CCO) imediatamente antes da inserção de dispositivo intrauterino (DIU) não hormonal (cobre ou cobre e prata); estão disponíveis os resultados de 95 participantes. Informações demográficas e antecedentes ginecológicos também foram registrados. Os dados são apresentados como média ± erro padrão para variáveis contínuas; ou frequência absoluta (n) e frequência relativa (%) para variáveis categóricas.

RESULTADOS

As participantes tinham 37,7 ± 5,1 anos e tinham recebido diagnóstico de câncer de mama há 6,6 ± 11,5 meses. A menarca foi aos 12,3 ± 1,7 anos, a primeira relação sexual foi aos 17,2 ± 3,1 anos e o número de parcerias sexuais ao longo da vida foi de 4,7 ± 4,3 anos. 38 (39,6%) relataram não usar camisinha em todas ou na maioria das relações sexuais. 12 (12,5%) pacientes são tabagistas atuais e 7 (7,3%) são ex-tabagistas. A maioria das participantes apresentava CCO normal (n = 12; 12,6%) ou com os achados fisiológicos de inflamação (n = 42; 44,2%) e atrofia com inflamação (n = 3; 3,2%). As alterações citológicas mais comuns foram atipias de células escamosas de significado indeterminado (ASC-US) (n = 22; 23,2%) e lesão intraepitelial de baixo grau (LIEBG) (n = 10; 10,5%). Também foram identificadas pacientes com lesão intraepitelial de alto grau (LIEAG) (n = 3; 3,2%). Três participantes (3,2%) apresentaram alterações glandulares, incluindo atipia de células glandulares que não se pode excluir lesão de alto grau (AGC-H) (n = 1; 1,1%), atipia de células glandulares de significado indeterminado (AGUS) (n = 1; 1,1%) e ASC-US + AGUS (n = 1; 1,1%).

CONCLUSÃO

Embora a maioria possa ter exames normais, mulheres jovens com câncer de mama também estão sob risco de lesões precursoras de câncer de colo uterino. O atendimento holístico destas pacientes deve incluir orientação contraceptiva e estratégias de prevenção primária contra câncer de colo uterino, incluindo rastreamento e vacinação. A coleta da citologia oncológica cérvico-vaginal não deve ser um motivo para postergar a inserção de DIU nesta população.

PALAVRAS-CHAVE

Teste de Papanicolaou; Neoplasias da Mama; Dispositivos Intrauterinos; Ferro; Contracepção Reversível de Longo Prazo.

Área

GINECOLOGIA - Atenção Primária

Autores

Edson Santos Ferreira-Filho, Lívia Ribeiro de Oliveira, Matheus Hamilton Belem Cruz, José Roberto Filassi, Nilson Roberto de Melo, José Maria Soares-Júnior, Isabel Cristina Esposito Sorpreso, Edmund Chada Baracat