61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Relato de caso: Câncer de colo uterino em mulher jovem na região norte brasileira

CONTEXTO

O câncer de colo de útero é considerado a terceira neoplasia mais frequente em mulheres no Brasil. Sendo a região Norte a área de maior incidência e mortalidade. Apresenta como principal fator de risco o papilomavirus humano (HPV), altamente prevalente em mulheres entre 16 e 25 anos.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Mulher de 23 anos, G1PC1A0, sexarca aos 15 anos. Encaminhada ao serviço de referência ginecológica do estado de Rondônia, por quadro de sangramento uterino anormal há 3 meses, em moderada quantidade, contínuo, associada a dor pélvica e leucorreia amarela de odor fétido. Relatando Papanicolaou há 4 anos e histórico de tratamento recente para doença inflamatória pélvica. Ao exame físico ginecológico apresentava, em topografia de colo uterino, lesão exofídica volumosa de aproximadamente 10-12 cm em continuidade com a parede vaginal, estendendo até terço inferior vaginal. E ao toque retal: invasão de paramétrio. A ultrassonografia transvaginal descrevia em região do colo presença de massa hipoecogênica, medindo 70x60 mm, com expansão para áreas adjacentes, predominantemente à direita do colo uterino. Dados laboratoriais, apresentavam: Hemoglobina 6,1 g/dl. Realizada biópsia com estudo anátomo patológico com Carcinoma epidermóide pouco diferenciado. A terapêutica inicial para estabilização do quadro e correção de anemia utilizou hemotransfusão de 2 unidades de concentrado de hemácias, resultando em hemoglobina 9,4 g/dl. Diante do diagnóstico e estadiamento IIB (de acordo com o sistema de estadiamento FIGO), a paciente foi encaminhada ao setor de oncologia para seguimento terapêutico com quimiorradiação.

COMENTÁRIOS

A Papanicolaou é o exame de rastreio para câncer de colo de útero utilizado pelo Ministério da Saúde-Brasil, para mulheres a partir dos 25 anos com início da vida sexual. Este caso clínico ocorreu em mulher, sexualmente ativa, em idade não contemplada pelo protocolo seguido na rede pública de saúde, além da mulher residir na região norte brasileira. Justifica assim, a necessidade de intensificar as políticas de saúde direcionadas à conscientização para a prevenção do câncer de colo uterino, especialmente em regiões de elevada prevalência da doença. Neste cenário, a prevenção através da vacina para HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, encontra uma expressiva repercussão para redução da mortalidade por câncer de colo uterino. A educação em saúde em escolas pode representar um caminho para que os índices de vacinação estejam dentro da necessidade do país.

PALAVRAS-CHAVE

Neoplasias do Colo do Útero; Papillomavirus Humano;Teste de Papanicolaou; Sangramento uterino; Sangramento vaginal

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Rayssa Loraynne Barcelos, Carolline Araújo Bertan, Joilton Dantas Siqueira Silva, Mariana Barros de Aguiar, Ariella Riva Meert, Ariel Rosilda Ripardo Cabral Gonçalves, Ivanice Fernandes Barcellos Gemelli, Maria Eduarda Fontenele de Carvalho