61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE QUANTITATIVA DA SÍFILIS GESTACIONAL, NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE, ENTRE OS ANOS DE 2012 E 2021

OBJETIVO

Analisar o número de casos de sífilis gestacional entre os anos de 2012 e 2021, na região metropolitana de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, buscando compreender a epidemiologia desta doença.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo ecológico descritivo, com informações obtidas do Sistema de Informações de Saúde (TABNET), na aba “Epidemiológicas e Morbidade”, na subdivisão “Doenças e Agravos de Notificação - 2007 em diante (SINAN)” e, posteriormente, selecionando “Sífilis em Gestante”. Na seção Abrangência de Dados foi selecionado o estado de Minas Gerais e na Subcategoria foi selecionada a opção Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté. Para esse estudo, foi considerado o intervalo de tempo entre janeiro de 2012 e dezembro de 2021.

RESULTADOS

Os dados analisados mostram que 6.802 gestantes foram diagnosticadas com sífilis em Belo Horizonte, entre os anos de 2012 e 2021. No período analisado, observou-se média anual de 680 casos. O ano de 2019 mostrou o maior número de agravos, com 1.021 casos (15%), seguido do ano de 2018, 1007 casos (14,8%) e do ano de 2020, com 910 casos (13,3%). A faixa etária com o maior número de casos foi de 20 a 39 anos, totalizando 5043 casos (74,1%). Em relação a escolaridade 889 (13%) possuíam ensino médio completo, seguido de 665 (9,7%) com fundamental incompleto (5 a 8 séries). Quanto a raça, 3765 se declararam parda (55,3%), 1084 (15,9%) branca e 922 (13,5%) preta. Na classificação clínica, a sífilis latente aparece em primeiro lugar quantitativamente, correspondendo a 2697 (39,6%) dos casos. Registrou-se, no mesmo período, 73 casos de óbitos em menores de 1 ano por sífilis congênita.

CONCLUSÃO

Diante da análise, foi possível observar um aumento na taxa de detecção da sífilis, especialmente nos últimos 4 anos. Esse número pode estar subestimado, devido às subnotificações em meio à pandemia do COVID-19. Essa doença merece atenção diante dos comprometimentos que a sífilis pode trazer no resultado materno-fetal. Além disso, ao observar a classificação clínica dos diagnósticos, o número de diagnósticos feito na fase latente mostra a importância do rastreamento em gestantes assintomáticas. Estratégias de saúde coletiva que visam diagnóstico precoce, prevenção e terapêutica são de suma importância, pois a sífilis congênita é um problema emergente que precisa ser combatido.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis; Sífilis Latente; Sífilis Congênita;

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

THAIS FERNANDES CAMPOS, TATIANE APARECIDA FERNANDES CAMPOS, ALICE VIANA DE ÁVILA OLIVEIRA, CAROLINA DOS SANTOS CRUZ, GABRIELLA CARLOS SANTOS