61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

MANEJO DO ACRETISMO PLACENTÁRIO EM PRIMIGESTA

CONTEXTO

O acretismo placentário é uma das complicações mais temidas no período gestacional, sendo importante causa de hemorragia puerperal, o que aumenta a morbimortalidade materna, requer histerectomia no momento do parto e internações hospitalares prolongadas.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Primigesta, 40 anos, gestação por FIV de 28 semanas e 5 dias, internada em unidade hospitalar devido a pré-eclâmpsia com critério de gravidade e centralização de fluxo em feto 2. Após 2 dias de internação, paciente evolui com descolamento prematuro de placenta sendo indicado parto cesárea de urgência. Durante o ato operatório, foi identificado área de 50% de descolamento em placenta 1 e acretismo de placenta 2. Optado por ligadura bilateral de artérias uterinas, exérese parcial de segunda placenta, suturas hemostáticas diversas em leito placentário cruento e histerorrafia com placenta in situ. Realizado protocolo medicamentoso para hemorragia puerperal, além de transfusão de 1.200 ml de concentrado de hemácias e administrado Metotrexato ao final do procedimento. Alta hospitalar sem intercorrências no 4º dia pós-parTo, com hemoglobina 10,6 g/dl. Realizada ressonância magnética 1 mês após o parto, em que foi confirmada áreas de acretismo placentário, sem evidência de placenta percreta.

COMENTÁRIOS

Existem múltiplos fatores de risco para placenta acreta, o mais comum dos quais é uma cesariana anterior. Outros fatores de risco são idade materna avançada, miomas submucosos, cirurgias uterinas ou curetagem, multiparidade e síndrome de Asherman. O manejo conservador é definido como a remoção da placenta ou tecido útero-placentário sem remoção do útero. Como os dados publicados são limitados, o manejo conservador da SAP deve ser considerado experimental. Esse relato de caso descreve essa técnica em primigesta, sem cirurgias uterinas prévias, que evoluiu com acretismo placentário e diagnóstico durante o parto. Seu diagnóstico e manejo rápidos possibilitou o controle imediato do sangramento uterino, otimização do tempo intraoperatório, além de permitir estabilidade hemodinâmica, intra e pós-operatória, sem necessidade de drogas vasoativas e sem necessidade de histerectomia, preservando a vida reprodutiva futura da paciente.

PALAVRAS-CHAVE

Placenta Acreta; Hemorragia Pós-Parto; Descolamento Prematuro de Placenta;

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

ADRIANA RIBEIRO DA SILVA, THAIS FERNANDES CAMPOS, GABRIELLA CARLOS SANTOS