61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA UTERINA: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

A malformação arteriovenosa uterina (MAVU) ou fístula arteriovenosa uterina é uma alteração vascular rara. Representando cerca de 1 a 2% de todos os casos de hemorragia genital, são caracterizadas pela permissão de fluxo do sistema arterial uterino para o venoso, sem a participação dos capilares. Podem ser classificadas em congênitas ou adquiridas, sendo essas de causas variadas, como carcinoma endometrial e cervical, trauma pélvico, cesariana, curetagem e, a mais comum delas, neoplasia trofoblástica gestacional. Projeto em apreciação ética sob CAAE: 70357823.1.0000.5371.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente, 26 anos, relata história de sangramento de pouca intensidade por mais de trinta dias e apresenta laudo com diagnóstico de abortamento incompleto. Submetida à ultrassonografia transvaginal com doppler, foram achados: útero em anteversoflexão, de contorno irregular e alteração difusa da textura miometrial, sendo observado, em parede posterior e cavidade uterina, imagem anecóica irregular, com vascularização exuberante, fluxo de baixa impedância e IR de 0,39, compatível com uma malformação arteriovenosa uterina. O útero mede: 9,56cm x 4,37cm x 5,09cm, em seus diâmetros longitudinal, anteroposterior e transversal, com volume de 111,34 cm³ (VN: 25 a 90 cm³). Conteúdo acústico heterogêneo. Anexos sem alterações significativas. Ao observar essa imagem anecóica irregular, questiona-se a possibilidade de se tratar de um saco gestacional de uma gravidez inviável. Ao avaliar com o Doppler de amplitude, observa-se um fluxo exuberante e confirma-se o diagnóstico. Assim sendo, como recomendado, não foi realizado nenhum procedimento invasivo, apenas a embolização dois dias após o exame. Atualmente a paciente está bem, sem sintomas e em uso de anticoncepcional.

COMENTÁRIOS

O relato demonstra a importância do US com Doppler no diagnóstico de MAVU, sendo considerado o padrão ouro nos dias atuais. Ademais, vale destacar que a embolização é o tratamento de escolha, uma vez que a curetagem não está indicada pois pode exacerbar a hemorragia. Contudo, a histerectomia pode ser indicada nos casos em que não cessa a hemorragia e nas pacientes que não querem engravidar. Dessa maneira, é necessário um correto olhar clínico e avaliação ultrassonográfica bem executada para não conduzir de forma errada o tratamento dessas pacientes.

PALAVRAS-CHAVE

Malformação Arteriovenosa; Útero; Ultrassonografia

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Summer Santana Linhares, Andréa Fortes Carvalho Barreto, Mariana Dantas Mota, Mariane Azevedo Barreto, Alice Silva Curvello, André Menezes Fortes, Julianne Alves Machado