Dados do Trabalho

TÍTULO

Sífilis congênita no estado do Amapá: análise epidemiológica dos anos de 2015 a 2021

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita (SC) no estado do Amapá e caracterizar os aspectos mais relevantes.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional, descritivo e de caráter quantitativo, realizado por meio de dados coletados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), durante o período de 2015 a 2021, relacionados ao Amapá.

RESULTADOS

Nesse período, notabilizaram-se 107.516 nascidos vivos, dentre os quais cerca de 631 (0,58%) foram diagnosticados com SC. A taxa de incidência apresentou um aumento constante a partir de 2015, revelando um pico em 2020, com 9,56 casos confirmados por 1.000 nascidos vivos. Dentre a totalidade, houve predominância do diagnóstico somente no momento do parto/curetagem (32,2%; n=229), com a maioria das progenitoras apresentando o ensino fundamental incompleto (29,7%; n=188) e idade entre 15 e 19 anos (32,8%; n=207). Sobre seus parceiros, a maioria (66,2%; n=418) não aderiu ao tratamento.

CONCLUSÃO

No estado do Amapá, entre 2015 e 2021, observou-se um crescente aumento das taxas de incidência de SC, com um leve declínio apenas em 2021. Esse crescimento é acompanhado de um número relevante de diagnóstico tardio, evidenciando a falha da realização de um pré-natal integral e adequado. Além disso, a alta taxa de parceiros que não realizaram o tratamento é notória, propiciando o aumento do risco da transmissão vertical. Com relação aos fatores sociodemográficos maternos, a maioria é composta por gestantes jovens e de baixa escolaridade, de modo que todos esses fatores em conjunto refletem a precariedade de ações educacionais e assistenciais em saúde, justificando a pertinência da SC como um problema de saúde publica no estado do Amapá.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis Congênita, Vigilância em Saúde Pública, Cuidado Pré-natal, Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas