Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise epidemiológica de sífilis em gestantes adolescentes entre 10 e 19 anos de idade no Norte do Brasil no período de 2017 a 2021
OBJETIVO
Avaliar a prevalência da sífilis em gestantes adolescentes na Região Norte do Brasil.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo que utilizou uma abordagem de dados secundários com base em informações do sistema Sinan Net, disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As informações incluem casos confirmados por sífilis em gestantes adolescentes entre 10 e 19 anos de idade que residem na Região Norte do Brasil, incluindo os estados do Amazonas (AM), Pará (PA), Acre (AC), Roraima (RR), Rondônia (RO), Amapá (AP) e Tocantins (TO) no período de 2017 a 2021. O estudo envolve os dados do DATASUS, portanto dispensa a informação de número do CAAE.
RESULTADOS
Verificou-se que, no período de 2017 a 2021, a Região Norte do Brasil apresentou 25911 casos de sífilis em gestantes, dentre os quais 7887 correspondem a gestantes adolescentes, entre 10 e 19 anos. Nesse contexto, o estado do Pará obteve o maior número de diagnósticos da região, com um total de 2874 casos, sendo 4,7% correspondentes a gestantes de 10 a 14 anos e 95,3% de 15 a 19 anos. Em seguida, tem-se o Amazonas, com 2223 casos, sendo 5,4% adolescentes de 10 a 14 anos e 94,6% de 15 a 19 anos. O estado do Acre apresentou 853 casos, sendo 5,7% na faixa etária de 10 a 14 anos e 94,3% de 15 a 19 anos. Em Tocantins, dos 696 casos, 4,3% correspondem a gestantes de 10 a 14 anos e 95,7% de 15 a 19 anos. Rondônia, com 515 casos, apresenta uma taxa de 4,7% de 10 a 14 anos e 95,3% de 15 a 19 anos. Já o Amapá, com 442 casos no total, tem 4,3% das gestantes entre 10 e 14 anos e 95,7% entre 15 e 19 anos. Por fim, o estado de Roraima apresentou 284 casos, o menor quantitativo da região, sendo 3,5% entre 10 e 14 anos e 96,5% de 15 a 19 anos.
CONCLUSÃO
Estima-se que mais de 80% das mulheres com sífilis estão em idade reprodutiva. Quando se trata de gestantes adolescentes, essas taxas mostram-se ainda mais significativas, visto que esta faixa etária apresenta maior vulnerabilidade e diversos estigmas sociais e econômicos. Apesar de ser uma doença evitável, os níveis de sífilis na gravidez ainda mostram-se elevados na Região Norte do Brasil, uma vez que essa localidade do país é territorialmente extensa e possui áreas remotas, de difícil acesso, que ainda carecem de meios eficientes de promoção à saúde. Desse modo, a baixa idade materna, o pré-natal tardio ou inexistente e a baixa aderência da gestante e do parceiro ao tratamento tornam-se agravantes para o quadro clínico e incidência da doença na região.
PALAVRAS-CHAVE
Sífilis; Gravidez na Adolescência; Sífilis Congênita
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
Catarina Vitória Ozorio Paz, Ana Clara Maia Semen, Henry Matheus Barros Góes, Renatta Djulian Martins Oliveira, Dâmaris Mendes Moura, Júlia Vitória Andrade Santos, Gabriela da Silva Pinheiro, Ione Rodrigues Brum