61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

CIRURGIA DE CORREÇÃO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA: PREVALÊNCIA DAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS

OBJETIVO

A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina, com prevalência de 57% após a menopausa. Dentre os tipos de incontinência urinária, a mista e de esforço são as mais prevalentes e podem necessitar de tratamento cirúrgico. O advento das telas modificou o cenário das técnicas cirúrgicas. Sendo assim, o presente estudo objetiva identificar e compreender a prevalência ao longo dos anos dos tipos de cirurgia realizadas para incontinência urinária: sling com tela sintética (TOT e TVT), sling de tecido autólogo e colpossuspensão de Burch.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo retrospectivo através da revisão dos prontuários, identificando a descrição cirúrgica, de todas as pacientes que passaram por cirurgia de correção de incontinência urinária no Hospital de Clínicas de Porto Alegre de janeiro de 2009 a dezembro de 2019. Foram encontradas 222 pacientes. As variáveis analisadas foram o ano e o tipo de cirurgia: sling de tecido autólogo, sling com tela sintética (TOT e TVT) e colpossuspensão de Burch.

RESULTADOS

Das 222 pacientes, 96 (43,2%) foram submetidas à sling com tela sintética TVT, com as seguintes prevalências ao longo dos anos, em ordem cronológica: (44%, 52%, 57%, 65%, 42%, 50%, 58%, 15%, 8%, 27% e 0%); 40 (18%) pacientes foram tratadas com a técnica cirúrgica sling com tela sintética TOT, possuindo as seguintes prevalências ao longo dos anos, em ordem cronológica: (0%, 0%, 0%, 6%, 25%, 43%, 25%, 76%, 83%, 9% e 0%). Já 58 (26,1%) pacientes passaram por colpossuspensão de Burch, com uma prevalência entre 21 e 38% até 2013, reduzindo para 0 a 8% até 2017. Em 2018, foram 27% das cirurgias e em 2019, 42%. Assim como 28 (12,6%) cirurgias foram sling de tecido autólogo, possuindo os seguintes percentuais ao longo dos anos em ordem cronológica (0%, 0%, 0%, 6%, 25%, 43%, 25%, 76%, 83%, 9% e 0%).

CONCLUSÃO

É possível identificar que houve uma mudança no padrão de cirurgias ao longo dos anos - em 2009 foram realizados mais procedimentos com tecido autólogo, a partir de 2013 começaram a ser utilizadas telas sintéticas e em 2018 foi retomado uso de técnicas convencionais. Essa oscilação acompanhou a tendência mundial e os estudos, que demonstraram que o uso de telas não mostram superioridade em relação aos métodos tradicionais e estão associadas a complicações antes inesperadas, como dispareunia e exposição da tela. Nosso serviço não realiza procedimentos com tela sintética desde 2019.

PALAVRAS-CHAVE

Incontinência Urinária; Prolapso de Órgão Pélvico; Incontinência Urinária de Urgência

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

THAYNARA MAESTRI, MARINA LUCCA SANTOS, ANA PAULA STRAZAS, JESSICA BUSS, AMANDA SICA TORTELLI, GABRIELA PIGOZZI, VITORIA XAUSA BOSAK, MIRELA FORESTI JIMENEZ