61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Prevalência de Sífilis gestacional na região Nordeste: Estudo de Série Temporal entre 2010 e 2021

OBJETIVO

Analisar a prevalência de Sífilis gestacional na região Nordeste e o seu perfil epidemiológico.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem transversal, quantitativa, no qual foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), através da base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), não necessitando dessa forma da aprovação do comitê de ética. A pesquisa foi realizada com o corte temporal de 2010 a 2021, sendo a região Nordeste o local a ser estudado. Foram analisadas as variáveis ano, estado, raça/cor, faixa etária, escolaridade e classificação clínica.

RESULTADOS

Os resultados demonstraram um total cumulativo de 87.335 casos de sífilis em gestantes no período estudado. O ano que registrou a menor taxa de casos foi em 2010 com 2,7% (n=2.367) e a maior em 2018 com 16,9% (n= 14.805). Em relação aos estados da região analisada, os que registraram as maiores taxas foram o estado da Bahia com 25,7% (n=22.531), seguido de Pernambuco 19,4% (n=16.955) e Ceará 15,5% (n=13.619). Por outro lado, o estado nordestino com a menor prevalência foi Piauí com 4.136 casos confirmados de sífilis gestacional, representando 4,7% do total. Levando em consideração a cor/raça, constata-se que 68,7% das mulheres eram da raça parda, o equivalente a 60.019 casos, seguida da preta 11,7% (n=10.293) e da branca 10,9% (n=9.572). No que tange ao grupo etário, a maior incidência foi na faixa de 20 a 39 anos representando 72,1% (n=63.052). Em seguida, 15 a 19 anos com 24,2% (n= 21.216) e na terceira posição encontra-se o grupo etário de 40-59 anos com 1.878 casos, o que corresponde a 2,1% do total. Sobre a classificação clínica, 30,7% (n=26.869) dos casos foram Sífilis Primária, 6,3% (n=5556) secundária, 11,5% (n=10.073) terciária e 21,7% (n=19.035) latente. Quanto à escolaridade 1,2% (n=1.071) são analfabetas,21,9% (n=19.190) estão entre a 5ª e a 8ª série incompleta, 7,9% (n=6982) ensino fundamental completo, 11,6% (n=10.140) ensino médio incompleto, 15,6% (n=13.647) ensino médio completo, 0,85% (n=749) ensino superior incompleto,0,74% (n=650) ensino superior completo.

CONCLUSÃO

Foi evidenciado o perfil epidemiológico da sífilis gestacional na região nordeste do Brasil, composto majoritariamente por mulheres jovens, pardas, de baixa escolaridade, com prevalência de sífilis primária no diagnóstico. Desta forma, percebe-se a importância do cuidado pré-natal para prevenir a sífilis congênita e suas complicações.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis; Gravidez; Epidemiologia; Saúde da Mulher; Cuidado Pré-Natal

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Marianna Rodrigues Marques Dourado, Myrthis Barros Ribeiro, Rebeca Feitosa Dória Alves , Brenda Lima Meireles Martins, Letícia Rocha Sobral, Cássia Fernanda dos Santos Rosa