Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS EM MULHERES COM MAIS DE 60 ANOS NO BRASIL ENTRE 2011 E 2021
OBJETIVO
Traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis em mulheres a partir de 60 anos no Brasil entre os anos de 2011 a 2021.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, de caráter quantitativo, realizado a partir de coleta de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através de Notificações Registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação relacionada a sífilis adquirida, sendo selecionadas as seguintes variáveis: o sexo feminino e faixas etárias > 60 anos, dispostas de acordo com cada ano. Por se tratar de dados públicos, não foi necessária aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa
RESULTADOS
Foram notificados 30.106 casos de sífilis em idosas no Brasil entre 2011 e 2021. Observou-se uma maior incidência na faixa etária de 60 a 64 anos (39,59%), quando comparada a 65 a 69 anos (25,8%), 70 a 79 anos (25,7%) e 80 anos ou mais (8,7%). O número de notificações ao ano não teve grande variação entre os anos de 2011 a 2014, com um aumento quase que anual até o seu pico em 2018, com aumento de 1.531 novos casos de 2017 para 2018. Em seguida, os números só começaram a diminuir de forma relevante em 2020, reduzindo em 58,9% se comparado ao ano anterior, 2019. Logo em seguida, houve uma queda menor entre o ano de 2020 a 2021, mas, mesmo assim, relevante, de 51,2%. Por fim, vale colocar em foco que o número de notificações diminuiu em média 41% em todas as faixas etárias entre 2019 e 2020, se destacando o intervalo de 60 a 64 anos, com redução de 41,4% de um ano para o outro.
CONCLUSÃO
Frente à análise, é possível perceber um padrão de diminuição do número de casos notificados a partir de 2019 em relação ao ano anterior, mas que se intensificou em 2020 e 2021, por possível interferência das subnotificações relacionadas ao período da pandemia de COVID-19. Em relação à faixa etária mais acometida, durante todo o período observado, a de 60 e 64 anos mostrou sua prevalência, seguida das de 65 a 69 e de 70 a 74 anos. Apesar da queda no número de casos, no entanto, é relevante chamar atenção para o diagnóstico precoce e o adequado tratamento de sífilis em mulheres idosas, tendo em vista a maior vulnerabilidade e susceptibilidade a infecções devido ao crescente declínio na imunidade que se apresenta com o aumento da idade.
PALAVRAS-CHAVE
SÍFILIS; EPIDEMIOLOGIA; FAIXA ETÁRIA
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
Fernanda Bezerra de Medeiros, Louise Lopes Barros, Maria Eduarda Benevides Leite de Castro, Gustavo Mafaldo Soares, João Victor Teixeira de Freitas, Samara Felipa Dias Xavier Silva, Vivian Conrado Alexandre, Maria Izabel Wanderley Bezerra