61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DOS CASOS DE COVID-19 EM GESTANTES E PUÉRPERAS ENTRE 2020 E 2022 NA REGIÃO NORTE

OBJETIVO

Analisar a epidemiologia das gestantes e puérperas com COVID-19 entre os anos de 2020 e 2022 na região Norte do Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de estudo epidemiológico observacional, descritivo, quantitativo e retrospectivo, com base em dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), com análises de casos de gestantes e puérperas notificados no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe. A população estudada foi de mulheres gestantes e puérperas que atendiam aos critérios de inclusão: residentes da região Norte, com idades entre 10 e 55 anos e testes de COVID-19 positivos. As variáveis consideradas para o estudo epidemiológico foram grávidas e puérperas com SARS-COV-2 notificadas, faixa etária, etnia, escolaridade, momento gestacional da infecção pelo vírus, cura e óbito.

RESULTADOS

Entre 2020 e 2022 foram registrados 2687 casos de gestantes e puérperas infectadas na região Norte. Houve predomínio de 80,1% de casos em mulheres pardas, seguido de 8,0% em brancas. Com relação à idade, 45,1% possuíam idade de 20 a 29 anos. A maior prevalência de escolaridade das gestantes e puérperas foi de ensino médio, 33,6%. O terceiro trimestre foi o período gestacional com maior infecção, com 1293 gestantes contaminadas (48,1%). No puerpério, 496 mulheres (18,4%) contraíram SARS-COV-2, sendo 2021 o ano com maior índice de infecção pela COVID-19 em grávidas e puérperas, com 51,8% dos casos. Quanto à evolução para cura, das 2687 notificações na região, 2065 mulheres obtiveram cura, representando 76,8%. 289 mulheres (10,7%) foram a óbito pela doença no período, com maior índice em 2021, com 205 óbitos. Entre as comorbidades mais frequentes registradas para análise da morbimortalidade da COVID-19, encontram-se doenças cardiovasculares, asma, diabetes, obesidade e imunodepressão.

CONCLUSÃO

A região Norte equivale à maior extensão territorial do País, com a segunda menor população, destacando a relevância de estudos epidemiológicos para prevenção de doenças e agravos. A maior incidência de COVID-19 em gestantes e puérperas pardas evidencia desigualdades socioeconômicas, raciais e de acesso à saúde. A doença afeta significativamente essa população de risco, acarretando complicações que colocam em risco a saúde e a vida da mãe e da criança. A redução do número de óbitos pela doença em 2022 (11) em comparação com 2020 (73) e 2021 (205) evidencia a importância da vacinação para prevenir as formas graves da doença. Assim, é necessário priorizar e estimular a vacinação contra COVID-19 para grávidas e puérperas.

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez; Período Pós-Parto; COVID-19.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Flávia Cerqueira Pacheco, Rodrigo Araújo Nascimento, Vitória Vaz Guimarães, Dirce Naomi Okatani Tinen