Dados do Trabalho
TÍTULO
Infecções Sexualmente Transmissíveis em Gestantes de Salvador: Prevalência e Fatores associados.
OBJETIVO
Descrever a prevalência de Chlamydia trachomatis (CT), Neisseria gonorrhoeae (NG), Mycoplasma genitalium (MG) e Trichomonas vaginalis (TV) em gestantes acompanhadas pela Atenção Primária à Saúde (APS) de Salvador-Bahia, e os fatores associado à estas infecções.
MÉTODOS
Este estudo originou-se de um projeto de extensão do Ministério da Saúde para implantação de teste molecular para detecção qualitativa de CT, NG, MG e TV na APS. Trata-se de um estudo de corte transversal com 302 gestantes, idade entre 15 e 49 anos, atendidas nos serviços de pré-natal da Atenção Primária à Saúde nos 12 distritos sanitários de Salvador-Bahia. Foram excluídas as gestantes que fizeram uso de antibiótico nos últimos três meses que antecederam a coleta. Procedeu-se a coleta de secreção vaginal para identificação de CT, NG, MG e TV; e aplicação de questionário estruturado com dados sociodemográficos; antecedentes obstétricos e clínico; infecção por Covid-19; comportamentais (uso de drogas, práticas sexuais, características dos parceiros); resultados de testes rápidos (HIV, Sífilis, Hepatite B e C), no período de janeiro a fevereiro de 2023. A análise dos dados foi realizada no programa STATA.
RESULTADOS
Participaram do estudo 302 gestantes, sendo 61,9% com mais de 25 anos, e média de idade de 27,7 anos. Quase 94% se auto declararam negras (pretas ou pardas), 74% possuíam no mínimo o ensino médio incompleto, ou seja, 10 anos ou mais de estudo. Quanto a renda familiar, 79,6% recebiam até no máximo 1,9 salários mínimos. Aproximadamente, 81% das gestantes referiram ter tido até cinco parcerias sexuais durante a vida, e 90,4% relataram um único parceiro nos último 12 meses. Sintomas de IST foram identificados por 32,8% das gestantes, como corrimento vaginal (25,5%), dispareunia (4,97%) e disuria (1,99%). As prevalências de infecção encontradas foram: Chlamydia trachomatis (11,59%), Mycoplasma genitalium (9,6%), Neisseria gonorrhoeae (1,66%) e Trichomonas vaginalis (3,64%). A prevalência de pelo menos uma destas IST nas gestantes entrevistadas foi de 21,52%. A idade entre 15 e 24 anos aumenta a chance de ter uma destas IST (p<0,05).
CONCLUSÃO
Conhecer a prevalência destas IST em gestantes e os principais determinantes destas infecções são essenciais para maior prevenção e controle, além de contribuir para reorganização do cuidado e melhoria da qualidade do pré-natal na APS, a partir de condutas capazes de reduzir complicações no ciclo gravídico puerperal e interromper a transmissão vertical.
PALAVRAS-CHAVE
Infecções Sexualmente Transmissíveis; Transmissão Vertical; Atenção Primária à Saúde; Pré-Natal
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
Darlene Silva de Souza, Ana Gabriela Alvares Travassos, Leilane Grazziela Nascimento Almeida