61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DO NÚMERO DE CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES E SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

OBJETIVO

Analisar quantitativamente os casos confirmados de sífilis em gestantes no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2018 a 2021 e comparar com o número de recém-nascidos acometidos com sífilis congênita no mesmo período.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, de corte transversal que foi realizado com dados obtidos do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), hospedado no DATASUS. Foi analisado o número de casos de sífilis em gestantes no estado do Rio de Janeiro, tendo como variáveis a faixa etária da gestante e a classificação clínica desse agravo, nos anos de 2018 a 2021. Analisou-se, também, o número de casos de sífilis congênita nesse estado no mesmo período, levando em consideração a realização do pré-natal durante a gravidez. A pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa por conter dados de domínio público.

RESULTADOS

De acordo com os dados obtidos, do total de 35.036 casos de sífilis na gestação, as seguintes faixas etárias foram as mais acometidas: de 20 a 39 anos, com 24.921 casos (71,12%); e de 15 a 19 anos, com 9.123 casos (26,03%). Os demais grupos de idade observados demonstraram pouca expressividade estatística, representando em conjunto cerca de 2,85% da totalidade. Em relação ao número de casos por ano, foi observado um pico no ano de 2020 (11.420), com aumento progressivo a partir de 2018 (9.344). Entre 2020 a 2021, no entanto, houve uma diminuição de 62,19%. Quanto à classificação clínica, houve predominância da sífilis latente, com 13.844 casos (39,51%), seguida da sífilis primária, com 6.596 (18,82%). Nesse mesmo período e região, 15.275 casos de sífilis congênita foram registrados – quantidade equivalente a 43,01% do número absoluto de sífilis gestacional –, sendo 12.334 (80,74%) oriundos de gestações com acompanhamento pré-natal.

CONCLUSÃO

A partir desses dados, observa-se um aumento progressivo na taxa de detecção da sífilis nas gestantes no período de 2018 a 2020. Entretanto, houve decréscimo no ano de 2021, que pode ter relação com a subnotificação ocorrida durante o período da pandemia da COVID-19. Ademais, o alto número de casos de sífilis congênita tem relação direta com o número de casos de sífilis em gestantes, dessa forma, é necessário garantir acesso adequado a um pré-natal de qualidade, para que haja diagnóstico precoce e tratamento eficaz, beneficiando a mãe e evitando a transmissão vertical dessa infecção sexualmente transmissível.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis; Sífilis Congênita; Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas; Complicações Infecciosas na Gravidez; Obstetrícia

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Ana Zélia Carrilho Câmara, Fernanda Bezerra de Medeiros, Thabata Luiza Marques Gois, Maria Izabel Wanderley Bezerra, Maria Isabel Dantas Bezerra Lyra, Juliana Câmara Aty, Amanda Safira Araújo Mendes, Thazio Henrique Soares Cardoso de Souza