Dados do Trabalho
TÍTULO
RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES: INFLUÊNCIA DA COVID-19 NOS DESFECHOS GESTACIONAIS
OBJETIVO
Comparar os desfechos gestacionais e neonatais após Ruptura Prematura de Membranas Ovulares (RPMO) em um Hospital Terciário do interior do Rio Grande do Sul entre um período prévio e durante a pandemia da Covid-19.
MÉTODOS
Estudo do tipo transversal com 366 parturientes em um Hospital Universitário do Rio Grande do Sul, que foram diagnosticadas com RPMO. Os dados foram obtidos por meio da análise de prontuários eletrônicos. Avaliou-se os desfechos gestacionais e as complicações maternas e neonatais. Foram incluídas gestantes de dois períodos: o primeiro (P1) entre janeiro de 2017 e junho de 2018 e o segundo (P2) entre janeiro de 2020 e junho de 2021. Realizou-se análise descritiva das variáveis e a associação foi verificada pelo teste do Qui-quadrado, com nível de significância de 5% (p <0,05). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob CAAE 59366116.5.0000.5346.
RESULTADOS
Ao todo, 366 gestantes foram diagnosticadas com RPMO: 276 (75,4%) em P1 e 90 (24,6%) em P2. A maioria das pacientes possuíam entre 19 e 34 anos em ambos períodos (75,4% vs 67,8%). A maior parte das pacientes eram multigestas (2 ou mais gestações) em ambos períodos (54,4% vs 68,5%). Houve 5 casos (1,8%) de infecção de membranas ovulares em P1 e 7 (7,8%) em P2. No 2º período ocorreram 1,64 vezes mais nascimentos pré-termo em comparação ao 1º período (P1: 39% vs P2: 64% p < 0,0001). A porcentagem de partos induzidos foi semelhante (37,4% vs 37,5%), bem como a via de nascimento, ocorrendo predomínio do parto normal (52,9% vs 53,3%). Na classificação de Robson, a maioria foi classificada entre 5 e 10 em ambos períodos (60,1% vs 72,2% p < 0,032), prevalecendo o grupo 10 nos dois períodos. Nos desfechos neonatais, a taxa de reanimação em sala de parto (5,4% vs 5,6%), morte neonatal (1,8% vs 1,1%) e outras complicações (6,5% vs 6,7%) foram semelhantes em ambos períodos. Já a admissão em UTI neonatal foi 2 vezes maior no 2º período (P1: 15% vs P2: 30% p < 0,0013).
CONCLUSÃO
Observa-se que no período da pandemia da Covid-19 houve piora dos desfechos gestacionais após RPMO, com um aumento de nascimentos pré-termo e de admissões de recém-nascidos em UTI neonatal. No hospital onde foi realizado o estudo, a taxa de RPMO foi menor nesse período, o que torna necessário novos estudos para avaliar os fatores que possam ter influenciado nesses resultados.
PALAVRAS-CHAVE
Covid-19; Gestação; Pandemia; Ruptura Prematura de Membranas Fetais; Trabalho de Parto.
Área
OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas
Autores
GEAN SCHERER DA SILVA, CRISTINE KOLLING KONOPKA, LUCIANE FLORES JACOBI, ANGÉLICA HAEFLIGER REINERI, RENATHA ARAÚJO MARQUES, ELOÍSA MANZAN FLORENCIO, PIETRA AZAMBUJA NEVES, BRUNA DORNELES