Dados do Trabalho

TÍTULO

O IMPACTO DA PANDEMIA DO COVID-19 NA FORMAÇÃO DE GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS

OBJETIVO

O objetivo desse estudo foi descrever o impacto na formação de ginecologistas e obstetras decorrente da pandemia do COVID-19.

MÉTODOS

Estudo transversal, descritivo realizado em todos os programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Ceará no mês de julho de 2020. Participaram da amostra 74 residentes de Ginecologia-Obstetrícia (GO) do estado do Ceará. Aplicou-se um questionário semiestruturado com os seguintes domínios: Assistência, atividades formativas, eixo humanístico e profissionalismo permitindo uma maior compreensão da opinião dos respondentes sobre a formação médica, durante a pandemia. Pesquisou-se na formação do GO durante a pandemia pelo Coronavírus as atividades teórico-práticas mais comprometidas, o prejuízo na relação médico-paciente durante a pandemia e a adoção de medidas pelos programas de residência para mitigar os impactos educacionais e na assistência. Os dados foram armazenados no Microsoft Office Excel e analisados com o auxílio do Predictive Analytics Software (PASW), versão 17.0, utilizando-se as frequências absolutas e percentuais. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 62384316.5.0000.5052).

RESULTADOS

Obteve-se uma taxa de respostas de 64% dos quatro programas de Residência Médica. A maioria dos residentes de todos os programas, 47 (63,5%), concordou que a pandemia tem prejudicado sua formação. 56 (76,7%) concordaram que o prejuízo nas atividades poderia ser compensado, não sendo necessário postergar a entrada de novos residentes em função da pandemia para 48 (64,8%). As atividades teóricas foram adequadas para o ambiente virtual em 100% dos Programas. Em relação às atividades mais prejudicadas, a maioria destacou: 72 (97,3%) as cirurgias eletivas, seguido pelas atividades ambulatoriais de ginecologia 51 (68,9%). Aproximadamente dois terços dos residentes concordaram que a relação médico-paciente sofreu prejuízo em virtude da pandemia. Mais de 80% dos participantes afirmaram não ter recebido treinamento de habilidades de comunicação e para 43,2% não houve treinamento satisfatório no atendimento às pacientes contaminadas.

CONCLUSÃO

A pandemia do COVID-19 causou impactos na formação técnica e humanística do GO, demandando dos Programas de Residência Médica um plano de reestruturação dos rodízios de modo a desenvolver e compensar atividades que foram prejudicadas durante esse período.

PALAVRAS-CHAVE

Infecções por Coronavirus; Educação Médica; Residência Médica; Ginecologia; Obstetrícia.