61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Dissecção robótica retroperitoneal - Estratégias para garantir a segurança do procedimento

CONTEXTO

A presença de metástases linfonodais é um fator significativo que afeta negativamente o prognóstico no câncer de colo uterino. Pacientes com metástases nos linfonodos apresentam uma taxa de sobrevida de 3 anos de 64%, em comparação com 94% para pacientes sem envolvimento nodal. Acredita-se que metástases linfonodais volumosas estejam sujeitas a um risco substancial de falha no tratamento, devido à radiossensibilidade do tecido, que é inversamente proporcional ao volume do tumor presente. Nesse sentido, existe uma base racional para postular que a remoção de linfonodos antes do tratamento possa otimizar a resposta à radioterapia, desde que o procedimento seja seguro e não resulte em atraso no tratamento principal.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente 29 anos, carcinoma de células escamosas do colo do útero T2bN1M0, tratada com quimiorradioterapia e braquiterapia com resposta clínica completa. Apresentou recidiva linfonodal retroperitoneal após 9 meses. No intraoperatório, foram identificados conglomerados de linfonodos de até 5cm nos espaços paraaórtico, intercavoaórtico, retro e paracavais. A descrição da técnica cirúrgica robótica e das estratégias adotadas para a remoção dos linfonodos retroperitoneais neste trabalho tem como objetivo fornecer uma abordagem didática para realizar o procedimento com segurança e eficácia. Após acessar o espaço retroperitoneal, é utilizado fio cirúrgico para tracionar a prega peritoneal anteriormente. Isso permite maior liberdade de manipulação das pinças robóticas e do auxiliar. A colocação de clipes metálicos desempenha papel importante na prevenção de linforreia e estabelece os limites do campo de radioterapia. Gazes cirúrgicas são usadas para auxiliar na lateralização dos ureteres, evitando traumas. O uso do vessel-loop é empregado para suspensão delicada da veia cava inferior durante o debulking do espaço retrocaval, permitindo a mobilização lateral e anterior do vaso durante a dissecção desse espaço.

COMENTÁRIOS

A realização deste procedimento não deve causar atraso no tratamento radioterápico subsequentes. Com este estudo, apresentamos as abordagens utilizadas para evitar complicações intraoperatórias que possam resultar em atrasos. É crucial estabelecer um treinamento adequado e padronizado para a realização desse procedimento, a fim de obter resultados satisfatórios e otimizar o treinamento de cirurgiões experientes. Isso pode tornar o procedimento cirúrgico complexo mais acessível e com desfechos satisfatórios.

PALAVRAS-CHAVE

Câncer de colo uterino; Metástase linfonodal; Debulking linfonodal; Técnica cirúrgica robótica

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Renato Moretti-Marques, Pedro Ernesto C de Cillo, Vanessa Alvarenga-Bezerra, Bruna Marques Freitas, Priscila de Moura Queiroz, Danielle Yumi Akaishi, Fernando de Souza Nobrega