61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise do perfil epidemiológico de mulheres submetidas a partos cesáreos no Brasil em 10 anos

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico de mulheres submetidas a partos cesáreos no Brasil em 10 anos.

MÉTODOS

Realizou-se coleta observacional e descritiva de dados sobre nascidos vivos por partos cesáreos no Brasil, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2021, utilizando a base de dados DATASUS. Foi avaliado o número de nascidos vivos por partos cesáreos por ano, região brasileira, grupo de Robson, adequação do pré-natal, dados da mãe (idade, estado civil e instrução) e cor/raça da criança. Análise de dados quantitativa foi realizada pelos autores.

RESULTADOS

Nesse período, foram registrados 16.183.043 partos cesáreos, correspondendo a 56,21% dos partos. A proporção de cesáreas aumentou de 55,61% em 2012 para 57,01% em 2021, um acréscimo absoluto de 2,5%. A região com o maior número proporcional de partos cesáreos foi a Centro-Oeste (62,55% dos partos), seguida pela Sul (61,69%), Sudeste (59,42%), Nordeste (50,89%) e Norte (46,83%). Os grupos de Robson 5, 2 e 1 foram os que mais contribuíram para o número de cesáreas (26,65%, 14,45% e 11,19% das cesáreas, respectivamente). O grupo 9 foi o que menos contribuiu (0,3%). O percentual de cesáreas em mulheres sem pré-natal, com pré-natal inadequado, intermediário, adequado e mais que adequado foram, respectivamente: 24,94%, 43,85%, 46,54%, 53,24% e 62,5%. Sobre a idade materna, as com 35 anos ou mais apresentaram a maior proporção de cesarianas (69,69%). O estado civil casada teve a maior proporção de cesáreas (70,26%), enquanto união consensual (48,96%) e solteira (49,1%) tiveram as menores. Quanto ao grau de instrução da mãe, o maior número proporcional de cesáreas foi nas com 12 anos ou mais de escolaridade (78,66%) e o menor nas sem escolaridade (27,2%). Os recém-nascidos brancos tiveram o maior percentual de nascimentos por cesárea (66,82%), enquanto indígenas (20,64%) e pretos (49,42%) tiveram os menores.

CONCLUSÃO

Na década estudada, houve aumento proporcional de partos por cesárea. O perfil epidemiológico das mulheres com maiores taxas de cesáreas no Brasil inclui procedência do Centro-Sul, idade avançada, estado civil casada, alto grau de instrução, pré-natal adequado ou mais que adequado e mães de recém-nascidos brancos. Além do grupo 5 de Robson, as primíparas também possuem contribuição importante para a alta taxa de cesáreas no país (grupos 1 e 2). Esses dados podem ser relevantes na busca por estratégias para reduzir o número de cesarianas, direcionando esforços às mulheres desses grupos e com o perfil epidemiológico descrito.

PALAVRAS-CHAVE

Parto Obstétrico; Cesárea; Epidemiologia; Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Giovana Cristina dos Santos Freitas, Verônica Homem de Carvalho e Silva, Alexandra Gouveia de Oliveira Miranda Moura