61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Utilização da técnica de retalho fáscio-cutâneo para reconstrução vaginal e correção de fístula vesicovaginal

CONTEXTO

Paciente 37 anos submetida a quimiorradioterapia devido carcinoma de células escamosas do colo do útero FIGO IVA. A radioterapia pélvica desempenha papel crucial no tratamento de diversos tipos de câncer ginecológico. No entanto, pode estar associada a diversas complicações. Como consequência deste tratamento, a paciente desenvolveu estenose vaginal severa e fístula vesicovaginal. Essas condições tiveram impacto significativo na qualidade de vida devido à perda insensível de urina e à incapacidade de ter relações sexuais.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

O procedimento iniciou com o acesso da região perineal para reconstrução vaginal e reparo da fístula vesicovaginal. Foi utilizada uma técnica de retalho fáscio-cutâneo para reconstruir o canal vaginal e proteger o defeito da fístula. A porção da fístula voltada para a bexiga foi suturada para corrigir a comunicação anormal, e também foi realizada uma reimplementação ureteral bilateral. A vagina foi dilatada até atingir 8cm de comprimento utilizando o dedo indicador. Realizou-se uma incisão bilateral de Schuchardt para otimizar o acesso cirúrgico e planejar o retalho fáscio-cutâneo. A mucosa vaginal foi dissecada em direção cranial, alcançando uma área até 2,0cm acima do trajeto da fístula. Durante a ressecção do trajeto fistuloso, o defeito vaginal foi reparado utilizando-se uma dobra fáscio-cutânea inguinocrural. O retalho foi cuidadosamente dissecado até que a fáscia cribiforme fosse identificada. Em seguida, o retalho foi mobilizado e um túnel foi criado através do tecido subcutâneo, anteriormente ao músculo bulboesponjoso. O retalho foi rotacionado através desse túnel e suturado na porção distal da vagina. Simultaneamente, foi realizada abordagem robótica para remover as aderências intestinais e realizar uma incisão vertical na bexiga. O trajeto fistuloso foi observado na camada mucosa da bexiga, sendo prestada especial atenção à localização dos ureteres próximos à fístula. O defeito fistuloso foi suturado utilizando sutura contínua com fio barbado.

COMENTÁRIOS

É de extrema importância realizar tratamentos complementares e de suporte para melhorar a qualidade de vida das pacientes que passaram por tratamentos oncológicos. A utilização de retalho fáscio-cutâneo para reconstrução vaginal é uma opção cirúrgica de baixo custo, com risco mínimo envolvido e grande ganho de bem estar. Desta forma, realizou-se a correção do defeito fistuloso foi por meio de cirurgia e o retalho fáscio-cutâneo resultou em um tubo vaginal com comprimento final de 7,0 cm.

PALAVRAS-CHAVE

Retalho fáscio-cutâneo; Reconstrução vaginal; Fístula vesicovaginal; Técnica cirúrgica; Correção urogenital

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Renato Moretti-Marques, Priscila de Moura Queiroz, Vanessa Alvarenga-Bezerra, Pedro Ernesto de Cillo, Bruna Marques Freitas, Danielle Yumi Akaishi, Fernando de Souza Nobrega