61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Associação entre assistência pré-natal e mortalidade perinatal

OBJETIVO

Analisar a relação entre os níveis de assistência pré-natal e os óbitos perinatais no Brasil.

FONTE DE DADOS

Revisão sistemática realizada nas bases de dados BVS e PUBMED, em 17 de junho de 2023, por meio dos descritores “Prenatal Care” AND “Perinatal Mortality” AND “Brazil” (DECS).

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Encontrou-se 121 estudos, publicados entre 2018 e 2023. Foram incluídos aqueles que avaliaram a mortalidade perinatal em associação com os cuidados pré-natais recebidos no Brasil; foram excluídos estudos que abarcavam desfechos perinatais adversos além do óbito perinatal. Utilizando-se a ferramenta Covidence e o método PRISMA 2020, foram selecionados 16 estudos relacionados ao objetivo.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Sistematizou-se os dados coletados em planilhas, nas quais foram colocadas as informações referentes aos estudos, como identificação (título, autor, ano de publicação), desenho, local de realização, população (tamanho, idade), resultados e principais limitações. Realizou-se coleta e análise de dados por meio de dois revisores independentes, com resolução de conflitos por um terceiro.

SÍNTESE DE DADOS

Avaliou-se a mortalidade perinatal e sua correlação com uma assistência pré-natal adequada, verificando-se número de consultas, ausência ou presença da realização do pré-natal, bem como do seu registro em prontuário. A maioria dos estudos analisados demonstrou associação entre pré-natal ausente ou inadequado (menor que sete consultas durante a gestação) e óbito neonatal, chegando a aumentar em até 30 vezes o risco de mortalidade e observando redução do óbito com o aumento do número de consultas. O pré-natal inadequado também foi associado a maiores taxas de internações neonatais em UTI e mortalidade neonatal nas primeiras 72 horas. Foi observado que menos de 4 consultas de pré-natal ou início do acompanhamento após 3 meses de gestação estão relacionados com óbito nas primeiras 24 horas de vida. Apenas um artigo observou a ocorrência de óbitos em mulheres com mais consultas, porém, justifica esse achado a fatores de confusão que não podem ser excluídos.

CONCLUSÃO

A maioria dos estudos evidenciou uma maior frequência de óbitos neonatais em gestantes que não realizaram um pré-natal adequado, o que revela a importância do cuidado pré-natal e a necessidade de ampliação da sua cobertura no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE

Cuidado Pré-natal; Mortalidade Perinatal; Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

Pedro Paulo Assunção da Silva, Ana Beatriz Torres Figueiredo de Lacerda, Dayanne Sperle Campos, Isabella Emille Juvencio Borges, Louisy Alícia Campos Cruz, Luanna Cybelle Soares Maia Duarte, Yasmin Guimarães Silva, Karina Maria Azevedo Bringel