61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico da gravidez no Brasil em mulheres de 10 a 19 e 20 a 34 anos de idade

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico das gestações nas faixas etárias de 10-19 e 20-34 anos no Brasil em 10 anos.

MÉTODOS

Realizou-se coleta observacional e descritiva de dados sobre nascidos vivos por partos em mulheres nas faixas etárias de 10-19 e 20-34 anos no Brasil, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2021, utilizando a base de dados DATASUS. Foi avaliado o número de nascidos vivos por idade da mãe, tipo de parto, região brasileira, duração da gestação e adequação do pré-natal. Análise de dados quantitativa foi realizada pelos autores.

RESULTADOS

Nesse período, foram registrados 4.834.379 nascimentos por mães com idade entre 10 e 19 anos e 19.910.213 por mães entre 20 e 34 anos, o que corresponde a 16,7% e 69,1% dos nascimentos totais, respectivamente. Mulheres de 15 a 19 anos representam 95,18% dos casos de gestação na adolescência e, de 10 a 14 anos, 4,82%. Em 2012, 19,2% dos nascimentos eram por mães de 10 a 19 anos e 69,4% de 20 a 34 anos, e em 2021 as porcentagem por faixa etária foram de 13,6% e 69,5%, respectivamente. A região Nordeste foi a com o maior percentual de gestações entre 10 e 19 anos (33,5%) e a Sudeste a com o maior percentual de gestações entre 20 e 34 anos (39,5%) e na população geral (38,6%). 35,9% das gestantes adolescentes apresentaram pré natal (PN) mais que adequado, 7,2% adequado e 21,2% inadequado, enquanto 50% das gestantes entre 20 e 34 anos apresentaram PN mais que adequado, 5,8% adequado e 13,7% inadequado. Cerca de 60% dos partos nas adolescentes foram vaginais e 39,8% cesáreos, e nas mulheres de 20 a 34 anos, 42,4% vaginais e 57,4% cesáreos. 80% das gestações em adolescentes foram a termo, 12,7% pré-termo e 3,6% pós-termo e nas de 20 a 34 anos, as porcentagens foram de 84%, 10,3% e 2,7%, respectivamente.

CONCLUSÃO

Na década estudada, houve redução do percentual de nascimentos por gestantes adolescentes. As mulheres de 10 a 19 anos apresentaram menor taxa de PN mais que adequado em relação às mulheres de 20 a 34 anos, além de maiores taxas de PN inadequado e partos prematuros e pós-termo. Enquanto a maior parte das gestantes adolescentes apresentou parto vaginal, a maioria das mulheres de 20 e 34 anos foi submetida a cesárea. Ademais, nota-se que a região Nordeste apresentou maior percentual de gestações na adolescência, apesar de a Sudeste ser a com maior proporção de gestações totais. Tais dados podem ser relevantes na busca por estratégias para reduzir o número de gestações na adolescência e para melhorar a qualidade do PN dessa população.

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez; Gravidez na Adolescência; Epidemiologia; Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Verônica Homem de Carvalho e Silva, Giovana Cristina dos Santos Freitas, Alexandra Gouveia de Oliveira Miranda Moura