Dados do Trabalho

TÍTULO

Fístula uretero-ilíaca pós-tratamento de câncer de colo uterino recidivado: relato de caso e revisão da literatura

CONTEXTO

A fístula uretero-ilíaca (FUI) é uma complicação rara e potencialmente fatal associada ao tratamento cirúrgico ou radioterápico em mulheres com câncer de colo uterino. Este estudo apresenta um relato de caso de FUI em uma paciente com câncer de colo uterino recidivado, além de fornecer uma revisão da literatura sobre essa condição.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Relatamos o caso de uma paciente de 36 anos, G1P1A0, diagnosticada com câncer adenoescamoso de colo uterino estádio IIA2 (FIGO - 2018) em junho de 2020. Após a quimiorradioterapia inicial, a paciente apresentou recidiva tumoral sem evidências de doença extrauterina em setembro de 2022. Em janeiro de 2023, a paciente foi submetida a exenteração pélvica total com reconstrução por colostomia úmida, sem complicações intra ou pós-operatórias. No 60º dia pós-operatório, a paciente apresentou sangramento abundante pela ostomia, acompanhado de instabilidade hemodinâmica. A angiotomografia revelou uma fístula entre a artéria ilíaca externa direita e o ureter ipsilateral, com sangramento ativo. Foi realizado um tratamento endovascular com posicionamento de stent na artéria ilíaca externa direita, resultando na interrupção do sangramento e estabilização hemodinâmica da paciente.

COMENTÁRIOS

A FUI é uma complicação grave que requer identificação precoce e abordagem terapêutica adequada. Neste relato de caso, a angiotomografia desempenhou um papel crucial no diagnóstico preciso dessa condição e o posicionamento do stent foi uma opção eficaz para o manejo dessa complicação. A presença da tríade de cirurgia pélvica radical, radioterapia pélvica, fibrose retroperitoneal idiopática e situações que exigem colocação repetida de cateteres ureterais deve alertar para a possibilidade de FUI em pacientes. O diagnóstico e o manejo imediatos são fundamentais para aumentar as chances de sobrevivência nesses casos de alto risco.

PALAVRAS-CHAVE

Neoplasias de colo de útero; Exenteração pélvica; Fístula vascular; Radioterapia