60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES E PUÉRPERAS COM SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 NO AMAZONAS

OBJETIVO

Buscou-se caracterizar o perfil epidemiológico de gestantes e puérperas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 no estado do Amazonas.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo do tipo quantitativo, transversal que analisou dados de gestantes e puérperas residentes no estado do Amazonas que foram notificadas no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e que tiveram diagnóstico confirmado de SRAG por COVID-19 de 16 de fevereiro de 2020 a 31 de dezembro de 2021. Com isso, foram coletados os dados sociodemográficos e as características clínicas como internação em Unidade de Terapia Intensiva, uso de suporte ventilatório, uso de terapia antiviral e desfechos. Os dados foram analisados e apresentados em frequências absolutas e relativas.

RESULTADOS

Durante o período pesquisado, o Amazonas registrou 828 casos de SRAG por COVID-19 em gestantes e puérperas. Destes, 58 casos permaneciam em andamento, sem desfecho. A maioria das mulheres tinha idade entre 20 e 34 anos, cor parda, ensino médio, residiam em zona urbana e estavam no terceiro trimestre da gestação no momento do diagnóstico. Em relação às manifestações clínicas, houve predominância de tosse, desconforto respiratório, febre e dispneia. As comorbidades mais frequentes foram asma, doença cardiovascular crônica, diabetes mellitus e obesidade. Em relação aos dados clínicos, 19,7% das gestantes e puérperas foram internadas em UTI. Destas, 70,6% utilizaram ventilação mecânica invasiva, 80,2% fizeram uso de terapia antiviral e 79 (10,3%) evoluíram para óbito.

CONCLUSÕES

O trabalho permitiu a caracterização do perfil epidemiológico de gestantes e puérperas com SRAG por COVID-19 no Amazonas e demonstrou taxa elevada de óbito no período estudado, sobretudo na capital. O perfil encontrado pode ter relação com os determinantes sociais da saúde e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde podem ter papel fundamental na assistência prestada. Dessa forma, o atendimento às gestantes e puérperas com SRAG por COVID-19 deve ser prioritário nos serviços de saúde, especialmente nos casos em que as pacientes possuem comorbidades.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Manasseh Barbosa Filho Castro, José Souza Viana Fernandes