Dados do Trabalho
TÍTULO
LEVANTAMENTO DOS FATORES DE RISCO PARA A CONVERSÃO DE QUADROS DE MOLA HIDATIFORME EM MOLA INVASORA
OBJETIVO
Avaliar os fatores de risco para o desenvolvimento de mola invasora a partir de quadros de mola hidatiforme parcial e mola hidatiforme completa
MÉTODOS
Estudo de coorte retrospectivo com 322 mulheres com doença trofoblástica gestacional (DTG) acompanhadas em um hospital terciário de janeiro de 2005 a janeiro de 2020. Foram analisados dados referentes ao perfil sociodemográfico, aspectos clínicos, laboratoriais e de tratamento das pacientes. Verificou-se a existência de nexo causal entre os fatores em questão e a probabilidade de evolução maligna da DTG de mola hidatiforme para mola invasora. Número do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa: 4.666.443. Número do CAAE: 43974021.0.0000.5404
RESULTADOS
A média etária das mulheres com mola hidatiforme parcial e mola hidatiforme completa foi de 26,48±8,62 anos e com mola invasora, de 26,91±8,55 anos (p= 0,536). A maioria das mulheres com formas malignas da doença residia a mais de 50 km do hospital terciário em questão (p=0,012), apresentava eliminação vaginal de vesículas ao diagnóstico (p=0,028) e necessitou de mais de um procedimento para esvaziamento uterino (p<0,001) em contraste com as pacientes com formas benignas da doença. Não houve diferença estatisticamente relevante entre os exames laboratoriais de ambos os grupos. Ter idade entre 30 e 39 anos aumentou em 2,59 a chance para desenvolvimento de mola invasora (p=0,004;IC95%:1,36– 4,92) e ser procedente de regiões afastadas do local de tratamento, em 4,01 (p=0,020;IC95%:1,24 – 12,95). As mulheres com maior risco de desenvolver mola invasora foram aquelas com maior tempo de negativação do HCG (a cada 1 unidade de elevação do HCG, o risco de malignização aumenta 1.3 vez; p<0,001, IC95%: 1,20-1,37).
CONCLUSÕES
A chance de evolução da mola hidatiforme para mola invasora é maior entre mulheres com endereço fixo a > 50 km de Campinas em função do acesso restrito ao centro de referência para tratamento da doença e, consequentemente, falha na identificação precoce de casos potencialmente graves.
Área
OBSTETRÍCIA - Estratificação de risco em Obstetrícia
Autores
Karin Anspach Hoch, Daniela Angerame Yela Gomes