Dados do Trabalho

TÍTULO

Aleitamento exclusivo relatado por puérperas durante a pandemia de COVID-19 – prevalência e fatores relacionados

OBJETIVO

Avaliar a prevalência de aleitamento materno exclusivo em puérperas de 6 a 12 semanas pós-parto durante a pandemia de COVID-19 e variáveis associadas.

MÉTODOS

Estudo descritivo transversal com puérperas atendidas em um Hospital Universitário no período de outubro a dezembro de 2020. Tamanho amostral calculado pela prevalência de aleitamento materno exclusivo da macrorregião Sul de 2019, resultando em 45 binômios mãe/bebê. Por tratar-se de estudo aninhado, foram considerados todos os questionários respondidos no puerpério tardio. Os dados foram coletados por questionário respondido pela puérpera no alojamento conjunto, dados de prontuário e resposta a um questionário online de 6 a 12 semanas após o nascimento. Foi realizada a análise com estatística descritiva e de associação com teste de qui quadrado (nível de significância ≤ 0,05). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSC, (35543120.7.0000.0121).

RESULTADOS

Amostra foi composta por 92 mulheres. A média de idade foi 29,38 anos (DP 6,5), a maioria tinha ensino médio completo ou mais (83,7%), se autodeclarava como branca (68,4%), era primigesta (55,4%) e teve parto vaginal (68,5%). A prevalência de aleitamento materno exclusivo foi 56,5%. Estiveram associadas ao aleitamento exclusivo as variáveis “recebe auxílio nas atividades domiciliares” (p=0,02), “ser atendida em pré-natal alto risco” (p=0,015) e “alta hospitalar amamentando exclusivamente” (p<0,001). AS demais variáveis demográficas e obstétricas não se associaram à presença de aleitamento materno exclusivo.

CONCLUSÕES

Na população estudada a prevalência de aleitamento materno exclusivo foi de 56,5%. As variáveis associadas foram ser atendida em pré-natal de alto risco, receber ajuda em atividades domésticas e alta hospitalar amamentando exclusivamente para aleitamento materno exclusivo. As variáveis com relevância neste estudo têm relação com o grau de informação do aleitamento e ao suporte à puérpera. Salienta-se a importância de implementar medidas que promovam a adesão, a manutenção e o aumento da prevalência do aleitamento materno exclusivo, tanto para a mãe, como para o grupo familiar.