Dados do Trabalho

TÍTULO

Uso de aplicativos de monitorização do ciclo menstrual, atividade sexual e método contraceptivo

OBJETIVO

Associar o uso de aplicativos de monitorização do ciclo menstrual com a atividade sexual e
método contraceptivo de mulheres brasileiras.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal sobre mulheres brasileiras, com 18 anos ou mais,
que estavam em uso de aplicativos de ciclo menstrual. Essas mulheres foram convidadas a preencher
um questionário online, no qual concordavam com a participação na pesquisa através da assinatura de
um termo de consentimento. Foram excluídas mulheres em uso de dispositivo intrauterino hormonal,
implante de progesterona e contraceptivo injetável de progesterona. As variáveis de interesse foram
vida sexual ativa e tipo de método anticoncepcional. Os dados foram analisados por meio de regressão
logística e Odds Ratio (OR), com intervalo de confiança (IC) de 95%. O projeto foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe, com número do
CAAE 11627819.9.0000.5546.

RESULTADOS

Dos dados relacionados à relação sexual, 78,9% dos participantes tinham vida sexual ativa
e 77,2% usavam algum método de contracepção. Os mais utilizados foram métodos de barreira
(preservativos e diafragma; 44,1%), seguidos de métodos comportamentais (retirada, baseado em
calendário, secreções cervicais, temperatura corporal basal e outros; 35,6%), métodos hormonais
(contraceptivo oral, injetável mensal e anel vaginal; 27,5%), dispositivos intrauterinos (DIU) (com cobre e
cobre/prata; 15,8%) e contracepção permanente (vasectomia e esterilização feminina; 0,8%). Ao avaliar
a associação entre o uso de aplicativos de ciclo menstrual e métodos contraceptivos, houve uma maior
probabilidade de usar um aplicativo entre as mulheres que utilizavam métodos comportamentais de
contracepção (OR = 1,8, 95% IC 1,2-2,7; p = 0,01), métodos de barreira (OR = 1,6, 95% IC 1,1-2,5; p =
0,02) e DIU (OR = 1,9, IC 95% 1,1-3,5; p = 0,04). Menor probabilidade foi encontrada entre as mulheres
que usavam contracepção hormonal (OR = 0,5, IC 95% 0,3-0,8; p = 0,00) e contracepção permanente
(OR = 0,1, IC 95% 0,0-0,4; p = 0,00). Além disso, não houve associação significativa entre vida sexual
ativa e uso do aplicativo.

CONCLUSÕES

Observou-se que, dentre as mulheres que utilizam aplicativo de monitorização do ciclo
menstrual, há maior probabilidade de utilizar métodos contraceptivos comportamentais, de barreira e
DIU, e menor de anticoncepção hormonal ou permanente.