Dados do Trabalho
TÍTULO
Avaliação da Mortalidade Fetal em uma maternidade pública terciária
OBJETIVO
Analisar as principais causas de mortalidade fetal em uma maternidade terciária do Nordeste brasileiro no período de agosto a dezembro de 2018.
MÉTODOS
Estudo retrospectivo, descritivo, com análise de prontuários no período de agosto a dezembro de 2018. Foi utilizado um questionário na plataforma Redcap. Este, foi composto de identificação e sociodemografia, história obstétrica, informações sobre o feto, elementos da investigação do óbito e classificação da morte de acordo com os grupos ReCoDe. As variáveis utilizadas neste estudo foram a classificação da morte de acordo com os grupos ReCoDe por causas fetais e maternas, além de idade gestacional e momento da constatação de óbito. O óbito fetal em relação à idade gestacional foi dividido em: precoce (140-195 dias ou de 20-27 semanas), tardio (196-258 dias ou 28-36 semanas) e termo (>259 dias ou ≥ 37 semanas). Os critérios de exclusão foram prontuários não localizados pelo serviço de arquivo médico e estatística. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local, contemplado pelo CAAE: 20025619.1.2012.5050.
RESULTADOS
Foram avaliados 48 casos de óbito fetal, sendo 13% precoce, 58,7% tardio e 28,3% termo. Em relação ao momento da constatação do óbito, 85,7% foram anteparto, 8,2% intraparto, 6,1% não constava. A classificação dos óbitos de acordo com o grupo ReCoDe foi 39,6% de causa materna, 33,3% de causa fetal, 12,5% dos óbitos com causa indeterminada, 10,4% devido a alteração de líquido amniótico e 4,2% de causa placentária. As alterações de líquido amniótico foram: 3 por corioamnionite, 1 por oligoâmnio e 1 por outras causas. As 2 causas placentárias identificadas foram placenta prévia e DPP. Consoante a causa materna, 73,7% por doença hipertensiva, 10,5% por diabetes; 5,3% por lúpus ou SAAF, 5,3% por uso de drogas e outras causas. De acordo com causas fetais, foram 43,8% por anomalia congênita letal, 31,3% por infecção (todos por sífilis), 12,5% por STFF, 6,3% por hidropsia não associada a isoimunização, 6,3% por RCIU.
CONCLUSÕES
Na classificação das causas de óbitos por grupos, as causas maternas concentram as maiores taxas de óbitos fetais. Mesmo com profilaxia, as síndromes hipertensivas mantêm-se na liderança de causas de óbitos fetais anteparto. Nesse contexto, a mortalidade fetal é um problema de saúde pública, estando relacionada a uma assistência à saúde deficitária.
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco
Autores
Ayane Layne Sousa Oliveira, José Armando Pessôa Neto, Viviane Sousa Oliveira, Luisa Rolim Miranda, Isadora Freitas Peixoto Paz, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar, Kathiane Lustosa Augusto, Sara Arcanjo Lino Karbage