Dados do Trabalho
TÍTULO
Estudo do Atual Cenário da Especialização Médica dos Residentes de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo Durante o Período de Pandemia de COVID-19.
OBJETIVO
Analisar o impacto pandemia de COVID-19 sobre a residência de ginecologia e obstetrícia do Estado de São Paulo.
MÉTODOS
Estudo transversal desenvolvido por representantes dos residentes da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP). Foram coletados dados de questionários aplicados aos residentes de ginecologia e obstetrícia cadastrados no site da SOGESP em fevereiro de 2022. Os entrevistados responderam sobre se tiveram COVID-19, repercussões da pandemia sobre a residência médica, se tiveram suporte técnico e psicológico durante o período. Enfatiza-se que o estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CAAE 50512821.9.0000.9107).
RESULTADOS
Foram coletados 287 questionários de residentes, dos quais 61,9% referiram ter tido COVID-19 durante a pandemia, sendo que 53,4% disseram ter tido a forma “Leve” e 8,5% “moderada”. Nenhuma pessoa apontou ter tido a doença grave e aproximadamente 90% apontaram que a residência forneceu vacinação. O deslocamento para “covidários” foi referido por 62,34% dos avaliados, porém somente 35,6% referiram equipamento de proteção individual completamente adequado e apenas 7,7% referiram instrução completa teórica e técnica para suporte destes pacientes. Quase a totalidade dos entrevistados afirmou que o setor de Ginecologia foi o mais afetado, sendo que em todas as regionais, 70% ou mais dos avaliados consideraram que o impacto da pandemia sobre os ambulatórios foi parcial a total e em 8 das 9 regionais, metade ou mais dos entrevistados considerou que o impacto sobre as cirurgias ginecológicas foi total. A maioria dos entrevistados consideraram que o os residentes do segundo ano foram os que tiveram maior prejuízo, sendo que mais da metade dos residentes do primeiro e segundo ano afirmou ter desejado desistir da residência durante a pandemia. Isso reforça o fato de que os programas de residência médica devem garantir uma comunicação saudável para promover saúde mental aos médicos, fornecendo apoio psicológico dentro ou fora de situação de pandemia. Mais de 80% das residências forneceram aulas teóricas e/ou apresentação de artigos online, porém, 60,3% dos médicos afirmaram preferirem a forma presencial, número este que subiu para 80,5% quando perguntados sobre a preferência em relação a congressos.
CONCLUSÕES
A pandemia impactou nas residências em maior proporção nos ambulatórios e cirurgias ginecológicas, interferindo também sobre o desejo do médico de seguir com o programa.
Área
GINECOLOGIA - Ensino, Treinamento, Avaliação
Autores
Marina Martinelli Sonnenfeld, Alexandre Massao Nozaki, Anelise Silva de Genova, José Ricardo Weitz Ristow, João Victor Almeida Garcia, Camila Abdias Guimarães, André Luiz Malavasi Longo de Oliveira, Rossana Pulcineli Vieira Francisco