60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Fenômeno de Raynaud dos mamilos tratado com laser de baixa potência: relato de caso.

CONTEXTO

Em 1862, Maurice Raynaud descreveu pela primeira vez o Fenômeno de Raynaud (FR), um vasoespasmo das arteríolas, esporádico e recorrente. Descrito originalmente em extremidades do corpo, pode acometer os mamilos, sendo desencadeado pelo frio, gatilhos emocionais ou traumas mamilares. É considerado comum, mas há poucos relatos do envolvimento dos mamilos.
CAAE:42603521000005269 PREJETO nº 2452/VDP/2020 PARECER 4525045

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

JAR, mulher, 26 anos, com queixa de dor mamilar bilateral, iniciada cerca de três semanas após nascimento do bebê, tipo queimação, intermitente, sem intervalos regulares, antes, durante, após a amamentação e em alguns momentos sem relação com a sução do bebê ao seio materno. Antes e após as mamadas a dor se caracterizava como fisgadas e, durante a sucção do bebê, em queimação. Havia momentos em que se mantinha assintomática. Notou alterações intermitentes na cor dos mamilos, com palidez mamilar e hiperemia. Os sintomas eram precipitados por baixas temperaturas e situações de estresse, com piora ao amamentar. Ocorria melhora discreta dos sintomas quando realizava esvaziamento da mama com bomba. Utilizou cremes de lanolina sem melhora e compareceu à uma emergência obstétrica onde foi tratada como candidíase mamária com uso antifúngico oral e tópico, mas sem melhora do quadro. Com a persistência dos sintomas procurou novo atendimento, onde foi avaliada e constatada que a pega do bebê estava correta, aventada a hipótese diagnóstica de Fenômeno de Raynoud mamilar e sugerido um tratamento em pesquisa, com laserterapia na artéria radial, sendo realizadas 6 sessões de 30 minutos em dias alternados. Nas primeiras 2 aplicações do laser ainda permaneceram os sinais e sintomas, porém na 3ª aplicação ocorreu diminuição de frequência e intensidade da dor, com permanência da alteração da coloração mamilar. Após finalização do tratamento chegou a apresentar cerca de três episódios bem discretos de dor relacionados à exposição ao frio, mas já não havia mais dor ao amamentar, dando continuidade ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

COMENTÁRIOS

Informar sobre essa causa subestimada de dor mamilar e relatar o tratamento experimental com laserterapia sistêmica de baixa intensidade, evitando que uma causa tratável de aleitamento materno doloroso levasse ao abandono da amamentação. A laserterapia parece auxiliar na resolução da dor nas lactantes e consequentemente na manutenção do aleitamento materno, trazendo assim inúmeros benefícios para a mãe e para o bebê.

Área

OBSTETRÍCIA - Amamentação

Autores

JÉSSYCA ABREU ROCHA, JOYCE ABREU ROCHA, ALANA BENEVIDES KOHN, PAOLA CAROLINE MATHEUS NUNES DE OLIVEIRA, ORLANDO ANTÔNIO CAMPO DALL'ORTO