60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis gestacional em Fortaleza/CE de 2017 a 2021

OBJETIVO

Analisar os índices epidemiológicos relativos aos casos notificados de sífilis gestacional na cidade de Fortaleza (CE) entre 2017 e 2021.

MÉTODOS

Estudo descritivo e retrospectivo de casos de sífilis em gestantes em Fortaleza, tomando as variáveis: escolaridade, raça, município do pré-natal, classificação clínica no diagnóstico, além da realização dos testes treponêmicos e não treponêmicos e seus resultados. Os dados foram coletados via Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil – DATASUS, pela ferramenta TABNET, não necessitando submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS

Foram notificados 3741 casos de sífilis gestacional em Fortaleza, de 2017 a 2021. Quanto à raça, atestou-se: 79,4% pardas, 9,9% brancas, 4,7% com raça ignorada, 4,0% pretas, 1,9% amarelas e 0,05% indígenas. Quanto à escolaridade: 31,3% com escolaridade ignorada, 0,5% analfabetas, 39,0% até ensino fundamental completo, 27,6% até ensino médio completo e 1,6% até ensino superior completo. Acerca do pré-natal, 3320 gestantes (88,7%) foram acompanhadas na Região Metropolitana de Fortaleza, sendo destas 3218 em Fortaleza, enquanto 421 (11,3%) realizaram o pré-natal no interior do estado do Ceará. Quanto à classificação clínica no diagnóstico, 31,8% tinham essa classificação ignorada, enquanto a sífilis latente teve a maioria dos casos (30,6%), seguidos pela sífilis primária (17,4%), sífilis terciária (16,4%) e sífilis secundária (3,8%). Quanto à testagem treponêmica, 2822 gestantes (75,4%) efetuaram o teste, apontando: 2695 reativos (95,5%) e 127 não reativos (4,5%), ao ponto que 919 gestantes (24,6%) não foram testadas ou tiveram esse dado ignorado. Acerca da testagem não treponêmica, 3149 gestantes (84,2%) efetuaram o teste, apontando: 3018 reativos (95,8%) e 131 não reativos (4,2%), enquanto 592 gestantes (15,8%) não foram testadas ou tiveram esse dado ignorado.

CONCLUSÕES

Diante dos dados, o perfil epidemiológico é composto em maioria por mulheres pardas e com até o ensino fundamental completo. Quanto ao pré-natal, a maioria das gestantes analisadas foi acompanhada em Fortaleza, podendo estar relacionado à maior presença de serviços terciários na capital do estado. Acerca dos testes treponêmicos e não treponêmicos, grande parte das gestantes foi testada, fato positivo no rastreio e na redução de morbidades na sífilis. Contudo, evidencia-se que parcela das gestantes teve sua classificação clínica da sífilis ignorada, dificultando a realização da notificação de casos de forma fidedigna.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Karina Soares Nogueira, Silvia Renata Duarte Sobreira, Giulia Queiroz Cavalcanti, Ingrid Barbosa Lopes, Renata Monteiro Jovino, Luiz Alexandre Porto Castro Filho, Fernanda Alves De Paula, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar