Dados do Trabalho
TÍTULO
COMPARATIVO ENTRE O ACESSO À SAÚDE DA MULHER NO SUS X PARTICULAR NO NORDESTE BRASILEIRO NA PANDEMIA
OBJETIVO
Avaliar a discrepância no acesso às consultas de ginecologia e obstetrícia entre as mulheres do Nordeste brasileiro que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) e as que possuem atendimento privado.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, por meio de questionário online próprio, incluindo mulheres nordestinas a partir dos 18 anos de idade, sem critério de exclusão. O cálculo amostral foi realizado mediante a equação derivada da estimativa de parâmetro populacional [n=N.z².p(1-p)/z².p.(1-p)+e².(N-1)]. Foi adotado um N = 6.410.861, que corresponde ao número de mulheres nordestinas maiores de idade no ano de 2022 segundo a projeção populacional do IBGE; intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%. O "n" encontrado foi de 385 mulheres. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAE: 49031421.2.0000.5371. Ao final da pesquisa, 463 respostas foram coletadas. A análise estatística foi realizada pelo software R Core Team, versão 4.0.4 (2021), com análise comparativa e descritiva para caracterizar a amostra em estudo.
RESULTADOS
Do total da amostra, 407 mulheres afirmaram ter plano de saúde ou condições financeiras para arcar com a consulta particular, enquanto 56 participantes dependem exclusivamente do SUS. Com relação à presença nos atendimentos, 26,55% (n= 90) das mulheres com acesso ao serviço privado não foram para a consulta no período da pandemia, contra 67,3% (n=37) das dependentes do SUS. Quanto às usuárias exclusivas dos SUS, as principais justificativas para falta de comparecimento à consulta foram que 21,6% (n=8) não possuíam queixas, 13,5% (n=5) achavam que não era importante procurar ajuda médica no momento e 10,8% (n=4) estavam com medo de contrair a COVID-19. Enquanto isso, na saúde suplementar ou particular, as razões encontradas foram que 39,81% (n= 43) deixaram de ir por não possuir queixa, 22,2% (n= 24) estavam com medo de se contaminar com o SARS-Cov-2 e 20,37 % (n= 22) não achavam que procurar ajuda médica no momento era importante.
CONCLUSÕES
O acesso à saúde íntima da mulher foi consideravelmente menor na amostra que depende exclusivamente do SUS. Ficou claro que o principal motivo da falta de procura dos serviços de saúde para cuidar da saúde íntima foi não possuir queixas, seja nas mulheres usuárias do SUS ou com acesso privado.
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
Juliana Pereira de Lucena Menezes, Rebecca Schuster Dorea Leite, Joanna Souza da Fonsêca Santana, Carmem Isaura Salles do Nascimento, Cássia Fernanda dos Santos Rosa, Marina de Pádua Nogueira, Júlia Maria Gonçalves Dias